Desde o dia em que foi instalado, não mais se desligou o computador.
As pessoas deixaram de existir, o diálogo passou a ser o som das teclas. A luz, através da janela, projectava a alegria exterior mas incomodava, no reflexo do ecrã. Fecham-se as cortinas e, com elas, as "janelas". Todos os ruídos incomodam! As portas fecham-se e só se abrem ao extremamente necessário.As horas das refeições passaram a prato pousado à esquerda ou à direita do teclado e, assim, se simplificam as refeições.
É este o perigo que hoje se corre – o da ignorância das pessoas, do uso da vida, do diálogo, da alimentação equilibrada, da perda da vista, em suma, da dependência.
Toda a dependência, seja ela qual for a sua origem ou fim, diminui o ser humano!
Maria Teresa Góis, 05.08.09
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