Anoitecem as tardes na humidade bolorenta do inverno.
Uma semana de chuva é bênção para a terra mas sinal de reclamio para o povo.
A vida toca-se no passo incomodado da água do chão, das pingueiras fartas, dos nevoeiros colados nas paredes. Molhada, a vida, escorrega no tempo e esconde-se nos agasalhos que sobrecarregam ombros cansados, curvados.
Brilham os rostos, que a chuva lambe e acaricia, lacrimejada, no espaço suado de quem trabalha os Invernos.
Breve o tempo, fraca a memória, os mesmos passos, os mesmos modos, as mesmas canseiras.
A mesma luta, a mesma aceitação.
Maria Teresa Góis
Esta foto merece destaque especial, parabens!
ResponderEliminarFA
Que lindo texto é o seu "Chuvas de inverno" ao som, creio, do "Bolero" de Ravel. Faz-nos despertar para a cultura do Amor à nossa Gaia, que tão estragada vai estando por um dos seus filhos dito cheio de inteligência. A Terra está a consumir 30% dos recursos que deveria gastá-los daqui a 30 anos. Somos assassinos das gerações vindouras.
ResponderEliminarParabéns por essa chamada de atenção à Memória embora de certa maneira tem algo de plangente-