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quinta-feira, fevereiro 18, 2010

Chuvas de Inverno


Anoitecem as tardes na humidade bolorenta do inverno. 
Uma semana de chuva é bênção para a terra mas sinal de reclamio para o povo.
A vida toca-se no passo incomodado da água do chão, das pingueiras fartas, dos nevoeiros colados nas paredes. Molhada, a vida, escorrega no tempo e esconde-se nos agasalhos que sobrecarregam ombros cansados, curvados.
Brilham os rostos, que a chuva lambe e acaricia, lacrimejada, no espaço suado de quem trabalha os Invernos.
Breve o tempo, fraca a memória, os mesmos passos, os mesmos modos, as mesmas canseiras.
A mesma luta, a mesma aceitação.



Maria Teresa Góis

2 comentários:

  1. Esta foto merece destaque especial, parabens!

    FA

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  2. José Ângelo Gonçalves de Paulos18 de fevereiro de 2010 às 10:29

    Que lindo texto é o seu "Chuvas de inverno" ao som, creio, do "Bolero" de Ravel. Faz-nos despertar para a cultura do Amor à nossa Gaia, que tão estragada vai estando por um dos seus filhos dito cheio de inteligência. A Terra está a consumir 30% dos recursos que deveria gastá-los daqui a 30 anos. Somos assassinos das gerações vindouras.
    Parabéns por essa chamada de atenção à Memória embora de certa maneira tem algo de plangente-

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