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sexta-feira, maio 15, 2009

Retrato talvez saudoso da Menina insular


Tinha o tamanho da praia
o corpo era de areia.
Ele próprio era o início do mar
que o continuava.

Destino de água salgada
principiado na veia.
E quando as mãos se estenderam a todo o seu comprimento
e quando os olhos desceram

a toda a sua fundura

teve o sinal que anuncia

o sonho da criatura.

Largou o sonho nos barcos
que dos seus dedos partiam

que dos seus dedos paisagens

países antecediam.
E quando o seu corpo se ergueu
Voltado para o desengano
só ficou tranquilidade

na linha daquele além.

Guardada na claridade

do olhar que a retém.

Natália Correia

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