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quinta-feira, junho 25, 2009

Arquelogia- Flautas com 35.000 anos


Velhas flautas de marfim com mais de 35.000 anos foram encontradas no sudoeste da Alemanha, constituindo os mais velhos instrumentos musicais conhecidos do Paleolítico Superior, segundo um estudo revelado hoje na revista Nature.

Doze pedaços de uma flauta em osso, de 21,8 centímetros de comprimento e oito de diâmetro, foram encontrados em Setembro de 2008 na gruta alemã de Hohle Fels, podendo atingir idades entre os 37.000 e os 29.000 anos.

O instrumento é talhado em osso de asa de abutre-fouveiro, também conhecido por grifo, revelam Nicholas Conard e Susanne Münzel, da Universidade de Tübingen, e Maria Malina, da Academia das Ciências de Heidelberg.

"As superfícies da estrutura da flauta estão em excelente estado e revelam inúmeros detalhes sobre o seu fabrico ", acrescentaram.

O instrumento conta com cinco aberturas e quatro rasgos finos que seriam "provavelmente os marcadores para indicar as posições precisas onde os buracos deviam ser furados" com a ajuda de pedras grossamente talhadas, precisaram os investigadores.

A flauta tem também dois entalhes profundos em V numa das suas extremidades e os arqueólogos acreditam que esses entalhes deveriam servir de bocal.

As escavações em Hohle Fels trouxeram também à luz do dia dois pequenos fragmentos de flauta em marfim de dimensões diferentes pertencentes a dois instrumentos distintos.

Um outro fragmento de flauta em marfim foi também encontrado no vale de Lone, a muitas dezenas de quilómetros de Hohle Fels.

"A técnica de confecção de uma flauta a partir de marfim é muito mais complexa do que a realizada a partir de osso de pássaro ", lê-se num comunicado da Universidade de Tübingen, que acrescenta que "tendo em conta a fragilidade do marfim, é frequente encontrarem-se peças isoladas de objectos".

A datação com carbono 14 para encontrar a idade dos objectos dá uma idade compreendida entre os 41.000 e os 31.000 anos, mas outros métodos, como a termoluminescência, permitiram precisar que os objectos têm 36.000 anos.

Foi também em Hohle Fels que a equipa de Nicholas Conard descobriu, igualmente em Setembro de 2008, uma estatueta com 35.000 anos, a mais velha representação conhecida de um corpo feminimo, que é conhecida como a Vénus de Hohle Fels e que já foi objecto de uma publicação na Nature no mês passado.

A localização da flauta em osso distava apenas 70 centímetros da figura feminina da mesma idade o que pode sugerir "a existência de uma possível ligação entre estes dois vestígios", acrescenta o comunicado da Universidade de Türlingen.

"A descoberta dos instrumentos musicais demonstra que já existia uma cultura musical no período Aurinaciano (Paleolítico superior)", afirmam os arqueólogos.

Flautas em osso de pássaro datadas do Paleolítico Superior, provavelmente do Aurinaciano, foram descobertas no início do século XX nos Pirinéus franceses, mas como as escavações foram mal documentadas não foi possível datar os objectos com precisão.

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