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sábado, junho 20, 2009

Lágrima de Preta


Encontrei uma preta
Que estava a chorar,

Pedi-lhe uma lágrima

Para a analisar.

Recolhi a lágrima

Com todo o cuidado

Num tubo de ensaio

Bem esterilizado.

Olhei-a de um lado,

Do outro e de frente:

Tinha um ar de gota

Muito transparente.

Mandei vir os ácidos,
As bases, os sais,

As drogas usadas

Em casos que tais.

Ensaiei a frio,

Experimentei ao lume,

De todas as vezes

Deu-me o que é costume:

Nem sinais de negro,

Nem vestígios de ódio,
Água (quase tudo)

E cloreto de sódio.


António Gedeão

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