Quando, por fim, o mundo for nosso,
Sem reparos alheios, E os meus versos a fiel legenda
De cada hora, Saberás, musa, claramente,
Como a vida dura Para além da macabra certidão
Da realidade. Pede, pois, com fervor,
À santíssima senhora Da boa morte
Que, sem mais sofrimento, Piedosamente,
Me receba nos braços regelados, E nos permita ser eternamente
Felizes e secretos namorados.Miguel Torga - Coimbra, 11 de Maio de 1991
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