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quarta-feira, junho 10, 2009

Corporalizando...


É pelo corpo que nascemos e é quando o nosso corpo sai da mãe uterina que adquirimos personalidade jurídica, presença física.

Carregamos o corpo até ao fim dos nossos dias, às vezes até quase à decomposição e, mesmo depois cadáver, alguém carrega com o nosso corpo.

É com o corpo que vivemos, dele precisamos para nos afirmarmos independentes e esta função é demorada, progressiva.

Amamos com o corpo quando pensamos fazê-lo com o coração, é com o corpo que sentimos os grandes e pequenos prazeres, quando pensamos, quando oramos, até o estado do corpo nos influencia. Daí que o caminho para a ascese seja tão exigente.
Escolhemos os outros, tantas vezes, pelo corpo, é pelo corpo que o relacionamento acontece pois, tanto o coração como a razão são propriedade do corpo. No séc. XVIII; Jean Jacques Rousseau afirmava:" O primeiro raciocínio do Homem é de natureza sensitiva…: os primeiros mestres de filosofia são os nossos pés, as nossas mãos, os nossos olhos."

Tantas vezes o corpo não é respeitado na sua dignidade, na sua personalidade de ser um complexo e maravilhoso fenómeno de funcionamento em que um de todos depende e vice- versa.

É com o corpo que se manifestam sentimentos tão díspares como a Alegria e a Tristeza, o Prazer e o Sofrimento. Todos os dias cuidamos do corpo num ritual mais ou menos apressado, mas imprescindível. E se o não fizermos, alguém tê-lo-á de fazer por nós.

Quando perdemos um ente querido sentimos a dor física dessa Ausência física, desse toque, desse olhar, do riso, da reprimenda, da Alegria do reencontro.

Pena que a pena de morte e a escravatura, a excisão e violação, toda a violência, se exerça um pouco por todo o Mundo, na nossa cidade, na nossa rua, na nossa casa…

Pegando no apelo da Amnistia Internacional, sejamos ALGUÉM. "Todos contra todos mas Alguém a favor".
Porto Moniz, 10.06.09

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