A caça de animais grandes, que motivaram o fabrico de lanças e a partilha de alimentos, terá sido a base da organização social humana. Quem chegou a esta conclusão foi um grupo de paleontólogos espanhóis, que andaram a investigar na Garganta de Olduvai, na Tanzânia, considerado o berço da Humanidade.
Esta descoberta, publicada no Journal of Human Evolution e também num livro financiado pelo ministério da cultura espanhol, vem contrariar a tese que defende que os primeiros Humanos seriam necrófagos e se aproveitavam da caça dos grandes carnívoros porque não tinham inteligência suficiente para lutar contra os perigosos felinos.
Ao chegar à jazida de Peninj, nos anos 90, as perguntas que se impunham eram as seguintes: Os humanos eram necrófagos como as hienas? Ou matavam os animais eles mesmos? Eram solidários ou estava cada um por si próprio? A chave para estas questões apareceu depois das análises a pontas de bifaces de pedra ao microscópio: tinham restos de madeira, o que significa que eram usados em lanças. "Até agora pensava-se que eram apenas pedras e nada concebia que se podia matar um búfalo à pedrada. A ideia de que os humanos eram necrófagos surgiu nos Estados Unidos, numa tentativa de dar uma visão menos agressiva do Ser Humano. Mas se assim fosse, em Peninj teríamos ficado apenas com os restos que os outros animais não queriam e o que encontramos na jazida foram peças de carne muito nutritivas", explicou o paleontólogo Manuel Domínguez-Rodrigo, chefe da equipa da Universidade Complutense. Além disso, haviam tantos predadores na região que seria muito difícil sobreviver sem se dedicar à caça. Também seria normal deslocar-se para se conseguir matérias-primas para as lanças.
in DN, Lisboa
Ao chegar à jazida de Peninj, nos anos 90, as perguntas que se impunham eram as seguintes: Os humanos eram necrófagos como as hienas? Ou matavam os animais eles mesmos? Eram solidários ou estava cada um por si próprio? A chave para estas questões apareceu depois das análises a pontas de bifaces de pedra ao microscópio: tinham restos de madeira, o que significa que eram usados em lanças. "Até agora pensava-se que eram apenas pedras e nada concebia que se podia matar um búfalo à pedrada. A ideia de que os humanos eram necrófagos surgiu nos Estados Unidos, numa tentativa de dar uma visão menos agressiva do Ser Humano. Mas se assim fosse, em Peninj teríamos ficado apenas com os restos que os outros animais não queriam e o que encontramos na jazida foram peças de carne muito nutritivas", explicou o paleontólogo Manuel Domínguez-Rodrigo, chefe da equipa da Universidade Complutense. Além disso, haviam tantos predadores na região que seria muito difícil sobreviver sem se dedicar à caça. Também seria normal deslocar-se para se conseguir matérias-primas para as lanças.
in DN, Lisboa
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