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sexta-feira, janeiro 29, 2010

"Esselentíssimo Juíz".

Ao transitar pelos corredores do Tribunal, o advogado (e professor) foi chamado por um dos juízes:
    - Olhe só o erro ortográfico grosseiro que temos nesta petição.
 Estampado logo na primeira linha da petição, lia-se:
    "Esselentíssimo Juiz".
 Gargalhando, o magistrado perguntou:
- Por acaso esse advogado foi seu aluno na Faculdade?
- Foi sim - reconheceu o mestre. Mas onde está o erro ortográfico a que o senhor se refere?
 O juiz pareceu surpreendido:
- Ora, meu caro, você não sabe como se escreve a palavra  Excelentíssimo?
Então o catedrático explicou:  
- Acredito que a expressão pode significar duas coisas diferentes.
Se o colega desejava referir-se a excelência dos seus serviços, o erro ortográfico efectivamente é grosseiro.
Entretanto, se fazia alusão à morosidade da prestação jurisdicional, o equívoco reside apenas na junção inapropriada de duas palavras.
O certo então seria dizer: "Esse lentíssimo juiz".
Depois disso, aquele magistrado nunca mais aceitou o tratamento de "Excelentíssimo Juiz", sem antes perguntar:
 - Devo receber a expressão como extremo de excelência ou como superlativo de lento?

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