"Toda a gente é naturalmente religiosa, mas uns são mais isso do que outros. Ser religioso pressupõe, em princípio, ser uma pessoa que se submete a uma religião, doutrina, Deus, santo, fé, levar uma vida de amor, bondade, caridade, serviço ao próximo e possuir uma moral elevada, actualizada e não parada no tempo.
A maioria dos religiosos é passiva; limita-se a rezar para si diante de imagens de barro e papel que possui em casa ou procura nas igrejas e santuários. Estes religiosos, mesmo os que dão uma moeda de vez em quando a um pedinte, não cumprem a lei fundamental cristã do serviço de Amor ao próximo.
Muitos militam pela sua instituição religiosa ou religião, têm muita conversa de bla-blá, lengalengas e imaginação, mas também eles e elas não cumprem o dever de amor e solidariedade com o próximo que sofre. São os “religiosos da treta” e da ilusão religiosa organizada. E nada mais são no conteúdo religioso e nos actos pessoais.
Outros dizem-se “pessoa de fé” porque vão à missa, rezam, trazem um símbolo religioso ao peito, frequentam grupos excursionistas que andam pelos santuários e locais sagrados deste mundo.(...)
Poucos são os que se dedicam à prática do Bem e fazem serviço voluntário, sentimental e religioso de Amor ao próximo.
A brasileira Maria Rita de Sousa Brito Lopes Pontes, nascida em 1914 e falecida a 13 de Março de 1992 em Salvador da Baía, levou a sua pura e autêntica religiosidade cristã-católica ao ponto de se tornar na caridosa freira missionária Irmã Dulce, uma santa mulher que dedicou toda a sua vida aos pobres, mendigos e outros necessitados da terra onde nasceu.
Santas e santos são isto, pessoas de Bem e do Deus autêntico, não os bonecos e bonecas de papel e cerâmica inventados e “santificados” a que o povinho e os clérigos ávidos de apresentar serviço imaginaram e passaram a adorar como “santos”, como antes de Jesus e Maomé faziam os Pagãos romanos e gregos até à chegada dos cristãos israelitas a Roma.Entre o povo baiano a Maria Rita Pontes ficou conhecida por “Bom Anjo da Bahía”, tendo realizado e deixado uma vasta obra assistencial aos pobres, doentes, abandonados e infelizes da sociedade e da vida.
Texto: MARQUES PEREIRA
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