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domingo, janeiro 10, 2010

a Ma(ma)deira que temos



e, perdoem-me o termo, e os seus "mamões"!

    É Inverno.As chuvas tão desejadas cairam numa ilha onde há meses não chovia. Como tudo o que acontece de fenomenal na Natureza de hoje, as chuvas vieram em força (em Dezembro, no Funchal, desde 1931 que não chovia assim), carregadas do poder que as águas têm, vergando a teoria dos idiotas que permitiram a ocupação dos leitos e orlas.
    Os mega "defensores" da autonomia, bem instalados na Ma(ma)deira laranja, ocupam cargos de (des)governo, de deputados, nos portos, nos cimentos, nos pontos estratégicos da economia da ilha, onerado-nos o custo de vida, e vociferam contra o endividamento nacional de 120% que asfixia a Região, quando a mesma Região, sempre subsidiada pelo orçamento nacional, atinge um endividamento de 160%...
    Betonizou-se o litoral em todos os pontos cardeais e até no topo da ilha; ele é Pico Ruivo, Pico do Areeiro, é a pretensa construção de um teleférico no Rabaçal e respectivos apoios de restauração, numa zona hoje classificada de Património Mundial, é a areia que se importa  de Marrocos para tornar brancas as praias de areia preta, que custam milhões aos portugueses e que vão por água abaixo numa qualquer levadia de marés. É a morte do calhau rolado abafado de cimento e que, nos seus movimentos próprios, o vaivém das águas levanta, uma, duas vezes, as que forem necessárias até que percebam a Natureza e a respeitem.
    Uma Madeira esburacada em nome das acessibilidades, esventrada e em cujas montanhas ainda ressoa o brocar profundo que estalou estruturas, desagregou raízes permitindo agora que a força da gravidade se exerça sobre estradas, carros, terrenos, casas ou mesmo pessoas.
    É a terra em que um presidente do governo chama "maricas" às Forças Armadas ou insulta deputados da oposição não na Assembleia, porque nunca lá põe os pés. 
    É este presidente que manda despejar o entulho de enxurradas no mar, matando a flora e fauna marítimas agora soterradas por toneladas de terra e pedras e que, mais tarde, hão-de permitir o avanço do mar.
    Já que a justiça dos homens os deixa impunes mesmo com a transgressão das nossas leis, que ao menos a justeza de Deus os faça padecer, ainda neste mundo, as atrocidades feitas.

tukakubana

3 comentários:

  1. Muito bem... Assim é que se fala!
    Que faça pensar os senhores da Ma(ma)deira, se é que esse ditos de senhores têm cabeça para tal. Bem haja por este texto extraordinário.

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  2. Muito bom , como sempre, o seu comentário!Estar longe da da Madeira faz conm que eu não esteja a par de tantas coisas, daquelas que ocorrem dia dia . O seu cometário vem a reforçar a ideia que eu tinha das atrocidades que se tem vindo a cometer na minha ilha em nome de um pretenso "progresso " ou modernismo.
    Pouco apouco a Madeira deixa de ser aquela ilha maravilhosa para se tornar num lugar igual a outros tantos, e quando os madeirenses se aperceberem já será demasiado tarde.
    É triste ver como uma madeirense por opção(e bem)defende essa terra
    mais do que a maioría daqueles que nasceram lá!
    Obrigada Tuka.
    Beijinhos desta madeirense no exílio!
    Cecília

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  3. Hoje poderíamos estar a chorar os nossos mortos aqui no Norte particularmente em S.Vicente com esta colossal ribeira de àguas. Por um "Milagre" isso não aconteceu. Mais uma ou duas horas de continuação das chuvas" Tempo Sudoeste Há semanas..." para que se fique a saber!
    Estradas Há pouco tempo inauguradas na margem da ribeira estão a ser reparadas. Às muralhas sem fundaç~oes foi facil ás águas esburaca-las. Este castigo veio do céu para castigar os apressados que fazem as coisas atabalhoadas e outros gananciosos que pensam que uma muralha é só pedra e areia. Iremos ver serenamente o que o Futuro nos reserva e do que sobrará
    da Madeira Nova por estes lados a Norte.
    Ozowa

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