Há 80 anos, fazia a sua estreia na banda desenhada, em tiras diárias de carácter humorístico publicadas nos jornais, aquele que é, possivelmente, o rato mais famoso e conhecido de todos os tempos, Mickey.
Tudo começara cerca de um ano antes, com o filme animado "Steamboat Willie", estreado a 28 de Novembro de 1928, nos Estados Unidos. Desde então, Mickey já protagonizara uma quinzena de desenhos animados, cujo êxito comercial levara a King Features Syndicate a sondar Walt Disney quanto à possibilidade de o transpor para tiras diárias.
Uma vez o acordo alcançado, Ub Iwerks, que participara na criação gráfica do rato e animara a curta-metragem inicial, foi encarregado de desenhar os quadradinhos, passados a tinta por Win Smith, a partir de argumentos do próprio Walt Disney. A primeira tira, publicada a 13 de Janeiro de 1930, intitulada "He's going to learn to fly like Lindy.", mostrava Mickey deitado num monte de feno a sonhar com viagens de avião, numa alusão a Charles Lindbergh, que fizera o primeiro voo transatlântico sem escalas três anos antes. Era a primeira de uma série de tiras que adaptavam livremente "Plane crazy", um filme da "pré-história" de Mickey.
De início autoconclusivas, embora com sequência, e de carácter puramente humorístico, as histórias aos quadradinhos bebiam na animação muito do seu dinamismo e do seu espírito.
Mas poucas semanas decorridas, Iwerks, não sentindo reconhecimento por uma colaboração com mais de uma década, abandonaria os estúdios Disney. Floyd Gottfredson assumiria a BD em Abril desse ano e ficaria na história como "o desenhador" de Mickey por excelência, após desenhar mais de 15 mil tiras e pranchas dominicais, até se reformar, em 1975. Nelas, dotou Mickey com um espírito mais decidido, empreendedor e aventureiro e introduziu muitos dos heróis secundários que com ele geralmente contracenam , criando outros, como Morty e Ferdie (Chiquinho e Francisquinho) ou Phantom Blot (Mancha Negra).
Mantendo algum paralelo em relação à animação, em que manteve o tom mais divertido, na BD, Mickey evoluiu graficamente, aproximando-se mais da figura humana, cresceu e desenvolveu-se, em histórias policiais, de mistério, aventura e ficção-científica, participou no esforço de guerra contra os nazis, encarnou personagens clássicas e históricas, reviveu filmes célebres, experimentou um sem-número de profissões, prolongando o êxito dos anos 1930, considerados a sua idade de ouro nos "comics". Para isso contribuiriam, entre muitos outros, grandes artistas como Al Taliaferro, Ted Osborne, Paul Murry, Romano Scarpa ou Giorgio Cavazzano.
Hoje, 80 anos depois, a banda desenhada Disney, cancelada em diversos países, há muito que deixou os seus tempos áureos, surgindo como raras excepções a Itália ou os países nórdicos (Finlândia, Dinamarca, Suécia).
Talvez por isso, em 2008, a companhia anunciou a sua entrada na BD digital, com meia centena de histórias produzidas em Itália, para iPhone, iPod e PSP.
Possivelmente, a melhor forma de transmitir o humor, a aventura e a magia que Mickey levou a tantos leitores, a uma nova geração com hábitos diferentes, mas com a mesma necessidade de sonhar. (in JN, Lisboa, hoje)
Nota da redacção - e usado por todos....ver foto.
Uma vez o acordo alcançado, Ub Iwerks, que participara na criação gráfica do rato e animara a curta-metragem inicial, foi encarregado de desenhar os quadradinhos, passados a tinta por Win Smith, a partir de argumentos do próprio Walt Disney. A primeira tira, publicada a 13 de Janeiro de 1930, intitulada "He's going to learn to fly like Lindy.", mostrava Mickey deitado num monte de feno a sonhar com viagens de avião, numa alusão a Charles Lindbergh, que fizera o primeiro voo transatlântico sem escalas três anos antes. Era a primeira de uma série de tiras que adaptavam livremente "Plane crazy", um filme da "pré-história" de Mickey.
De início autoconclusivas, embora com sequência, e de carácter puramente humorístico, as histórias aos quadradinhos bebiam na animação muito do seu dinamismo e do seu espírito.
Mas poucas semanas decorridas, Iwerks, não sentindo reconhecimento por uma colaboração com mais de uma década, abandonaria os estúdios Disney. Floyd Gottfredson assumiria a BD em Abril desse ano e ficaria na história como "o desenhador" de Mickey por excelência, após desenhar mais de 15 mil tiras e pranchas dominicais, até se reformar, em 1975. Nelas, dotou Mickey com um espírito mais decidido, empreendedor e aventureiro e introduziu muitos dos heróis secundários que com ele geralmente contracenam , criando outros, como Morty e Ferdie (Chiquinho e Francisquinho) ou Phantom Blot (Mancha Negra).
Mantendo algum paralelo em relação à animação, em que manteve o tom mais divertido, na BD, Mickey evoluiu graficamente, aproximando-se mais da figura humana, cresceu e desenvolveu-se, em histórias policiais, de mistério, aventura e ficção-científica, participou no esforço de guerra contra os nazis, encarnou personagens clássicas e históricas, reviveu filmes célebres, experimentou um sem-número de profissões, prolongando o êxito dos anos 1930, considerados a sua idade de ouro nos "comics". Para isso contribuiriam, entre muitos outros, grandes artistas como Al Taliaferro, Ted Osborne, Paul Murry, Romano Scarpa ou Giorgio Cavazzano.
Hoje, 80 anos depois, a banda desenhada Disney, cancelada em diversos países, há muito que deixou os seus tempos áureos, surgindo como raras excepções a Itália ou os países nórdicos (Finlândia, Dinamarca, Suécia).
Talvez por isso, em 2008, a companhia anunciou a sua entrada na BD digital, com meia centena de histórias produzidas em Itália, para iPhone, iPod e PSP.
Possivelmente, a melhor forma de transmitir o humor, a aventura e a magia que Mickey levou a tantos leitores, a uma nova geração com hábitos diferentes, mas com a mesma necessidade de sonhar. (in JN, Lisboa, hoje)
Nota da redacção - e usado por todos....ver foto.
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