Segundo a lenda Alonso Perez de Saavedra, um andaluz, negociou a vinda da Inquisição para Portugal, tornando-se o núncio apostólico e primeiro Inquisidor-Geral no reinado de Dom João III. É baseado nestes pressupostos, alguns deles acreditados por homens como Voltaire, que nasce o romance histórico A Mão Esquerda de Deus de Pedro Almeida Vieira, publicado pela Dom Quixote. A obra parte de relatos diários feitos pelo falsário ao marquês de Villanueva de Barcarrota. Alonso Perez de Saavedra, que acreditava ter na mão esquerda poderes dados por Deus, descreve ao marquês a forma que usou para chegar ao lugar de mais alto dignatário do braço secular da Igreja Romana num dos reinos mais poderosos do mundo de então. Foi por amor que chegou a Portugal e foi esse mesmo amor que o levou a Roma para obter do Papa a nomeação que necessitava para poder exercer as funções que pretendia. E foi por amor que se propôs abandonar tudo e se auto-denunciar. Aproveitou a vaidade e intransigência do rei português para pôr em prática o seu plano. Esta obra é, em parte, um repositório de datas e épocas históricas importantes na Península Ibérica, a conquista total dos reinos cristãos iberos com a queda do reino islâmico do andaluz, até à chegada e morte de Dom Carlos V ao trono de Castela. A fuga dos judeus para Portugal e as imposições dos reis católicos a Dom Manuel de Portugal. Um livro que, apesar de ser uma obra de ficção, faz-nos entender melhor a história conjunta de dois países.
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