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quarta-feira, novembro 18, 2009

África em 700 presépios artísticos

Mosteiro beneditino faz parte da história de Santo Tirso, capital de esculturas e encontro de confrarias.
Obrasão à entrada do Museu Municipal Abade Pedrosa, antiga ala conventual testemunha a secular presença da ordem beneditina, em 1566, cujo mosteiro e igreja barroca prolongam o cruzamento de olhares, símbolos do sagrado/religioso e herança patrimonial.
Além dos claustros do século XVIII e riquíssimos altares de talha dourada, cujas imagens da "Pietà" e de S. Bento merecem visita demorada, a cidade de Santo Tirso, onde, há 1100 anos, nasceu S. Rosendo (figura cimeira da igreja na Idade Média) torna-se, a partir de hoje, na capital do presépio expondo à curiosidade 700 esculturas feitas por artesãos do continente africano. Será outra viagem marcada por diferentes símbolos da religiosidade popular. "Queremos trazer de volta uma tradição perdida nos tempos. Os presépios fazem parte da nossa memória, arte e cultura", recorda Delfim Manuel, 30 anos a moldar o barro, autor de várias obras de arte reconhecidas internacionalmente, 10 prémios conquistados no mundo do artesanato. Além do trabalho de oficina, o artesão de Rebordões fundou a Confraria do Caco e, há quatro anos, promove a exposição internacional de presépios.
"Vamos ter 700 esculturas de diferentes tamanhos e proveniências. São 22 países de África, entre os quais a Somália, a África do Sul e o Egipto. Será outro encontro de culturas e formas artísticas", sublinha. A mostra tem o apoio da Câmara local e irá decorrer em vários cenários: paços do concelho, corporações de bombeiros, montras das lojas e escolas. No futuro, serão chamadas as igrejas para participar na iniciativa. "Em 2011, queremos expor 5000 presépios", adiantou Delfim Manuel, não sem antes chamar a atenção para o artístico presépio patente na igreja beneditina.
De volta à cidade com mais esculturas expostas ao ar livre por m2 - só nos jardins e espaços públicos estão 32 obras de arte assinadas por artistas de várias escolas e países -, o visitante com tempo e vontade de fruir o património poderá dar um salto à Estação Arqueológica do Monte Padrão, em Monte Córdova, cujo centro interpretativo ajuda a desvendar os segredos do castro e diferentes fases de ocupação; observar o valioso acervo patrimonial, mais as colecções de achados arqueológicos e, no corredor transformado em galeria, admirar obras recentes do mestre Júlio Resende.
Existe outro motivo de interesse para um salto a Santo Tirso: neste fim-de-semana, realiza-se o IV Encontro Internacional de Confrarias e a cidade terá outra animação. Haverá desfile e entronização de novos confrades. Porém, o visitante não pode deixar a cidade sem visitar o mosteiro de Singeverga e a igreja de Roriz. Por estas bandas, os licores e as bolachas são imperdíveis para animar os sentidos.
in - Jornal Notícias, Lisboa)

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