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segunda-feira, novembro 30, 2009

Cientistas estudam a hormona da bondade

Já se sabia que uma hormona chamada oxitocina desempenha um papel importante na gestão dos afectos, mas cientistas norte-americanos descobriram agora que também influencia a nossa capacidade de compreender e identificarmo-nos com as emoções dos outros - um traço fundamental do que é geralmente definido como bondade.
A capacidade de ser bom pode ser afinal influenciada por variações genéticas que determinam a forma como reagimos a uma hormona chamada oxitocina. É pelo menos esta a conclusão de um estudo de cientistas norte-americanos, que analisou como uma alteração num gene influencia a capacidade de perceber e identificarmo-nos com as emoções dos outros - um traço fundamental do que é geralmente definido como bondade.
Há muito tempo que os cientistas estudam a forma como a oxitocina influencia o comportamento humano. Sabe-se que esta hormona, produzida no cérebro, desempenha um papel importante no parto e na amamentação, ajudando a mãe a relacionar-se com o bebé, por exemplo (ver caixa). Mas novos estudos sugerem que pode também influenciar os pilares da civilização: a capacidade de simpatizar e confiar nos outros. E que nem todos reagem da mesma maneira a esta hormona.
Uma investigação publicada na revista Proceeding of the National Academy of Sciences mostra que as diferenças genéticas na resposta aos efeitos desta hormona estão ligadas à capacidade de ler expressões faciais, compreender as emoções e sentir empatia pelos outros. O estudo, que incluiu 200 estudantes, descobriu três combinações genéticas possíveis, já que todos os humanos recebem uma cópia do gene em causa de cada progenitor. E os resultados mostram que um dos grupos reagiu melhor aos testes de empatia e aos testes de stress.
Por isso, as pessoas que produzem esta hormona em maior quantidade ou que são geneticamente mais sensíveis aos seus efeitos acabam por ser mais "boazinhas". Diferenças que existem a um nível muito mais profundo e independentemente da educação e dos factores culturais.
"Somos todos diferentes e isso é bom", diz uma das autoras do estudo, Sarina Rodrigues. "Se todos fossemos melosos e amorosos, o mundo seria um sítio muito desagradável", conclui.
No entanto, a cientista salienta que é preciso cuidado. "Também fiz o teste e embora não esteja naquele grupo [dos mais bonzinhos], gosto de pensar que sou uma pessoa que se preocupa com as outras. Mas estes estudos ajudam-nos a perceber que alguns de nós nascem com a tendência para serem mais empáticos do que outros", disse.
No entanto, a oxitocina não é uma ferramenta mágica para transformar qualquer pessoa num bom samaritano. Noutro estudo publicado no início do mês, Simone Shamay-Tsoory, da Universidade de Haifa, em Israel, relatou uma experiência que mostra outra vertente desta hormona. Participantes num jogo foram postos frente a frente com o adversário que consideravam mais arrogante. Foi-lhes dada então um dose de oxitocina, através de um spray nasal. E verificou-se que os sentimento de inveja quando o adversário ganhava ou de satisfação quando perdia eram amplificados. No geral, no entanto, os cientistas acreditam que esta hormona é mais importante no reforço dos sentimentos positivos do que dos negativos.
fonte DN Lisboa

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