Há-de chegar hoje ao fim, daqui a oito horas, a poluição eleitoral. Terá, com toda a certeza, a queima dos últimos foguetes, cantores pimba pagos a peso de ouro e cujo curriculum peca por escolaridade diminuta, cujo conhecimento eleitoral é nulo e cuja presença se começa a tornar OBSCENA porque a obscenidade também se contempla na manifesta ausência de gosto "musical", na pobreza das letras das músicas, normalmente cenas de faca e alguidar ou na cama dele com ele ou ela, e o povo, que gosta de circo e não tem pão, bate palmas, dança a compasso, meneia-se porque não pode pagar ginásio e volta para casa satisfeito, com os seus índices de cultura saldados, ainda a trautear as supostas notas musicais. Mas, no dia 7 de Junho, este povo de aplauso fácil, NÃO VOTA. Calcula-se 60% de abstenção! Nos telejornais portugueses há muito que só ouvimos uma notícia internacional se cair um avião. Parece que cessaram as guerras, as perseguições, as deslocações de povos torturados que fogem aos genocídios, hoje vulgares e impuníveis, chego à conclusão que para me manter informada tenho de voltar à prática de ler os jornais diários. Por mais canais de informação que se abram neste país - e se calhar nos outros - a imagem que nos chega é em tudo idêntica, parcial, restrita mesmo e com dois a três temas tratados. Na era da comunicação, do twitter, da net, do raio que os parta, não há um director de informação que consiga ter a brilhante idéia de organizar um telejornal que nos informe, que não seja segmentário e tendencioso, um telejornal que eduque e que esqueça que as arruadas, jantaradas e afins, não são toda a informação do Mundo.
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