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quarta-feira, novembro 10, 2010

arroz do céu

(...) E foi assim que aquela chuva benéfica, de arroz polido, carolino, de primeira, acabou por lhe dar a noção concreta de uma Providência. O arroz, vinha do céu, como a chuva, a neve, o sol e o raio. Deus, no Alto, pensava no limpa-vias, tão pobre e calado, e mandava-lhe aquele maná para encher a barriga aos filhos. Sem ele ter pedido nada. Guardou segredo – é mau contar os prodígios com que a graça divina nos favorece. Resignou-se a ser um objecto da vontade misericordiosa do Senhor. E começou a rezar-lhe, fervorosamente, à noite, o que nunca fizera: ao lado da mulher. Arroz do céu...
O céu do limpa-vias é a rua que os outros pisam.

José Rodrigues Migueis, Arroz do Céu

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