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terça-feira, novembro 02, 2010

"Dia de Finados" poema de Manuel Bandeira


Amanhã que é dia dos mortos
Vai ao cemitério. Vai.
E procura entre as sepulturas
A sepultura de meu pai.

Leva três rosas bem bonitas.
Ajoelha e reza uma oração.
Não pelo pai, mas pelo filho:
O filho tem mais precisão.

O que resta de mim na vida
É a amargura do que sofri.
Pois nada quero, nada espero.
Em verdade estou morto ali.

Bandeira, Manuel, 1886-1968
Libertinagem & Estrela da manhã / Rio de Janeiro

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