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domingo, novembro 21, 2010

As Amantes de D. João V

“Quando em 1742 D. João V sofreu o primeiro ataque de paralisia, o físico Bernardes teve este dito de espírito, que brigava com as conveniências palacianas:
- Cure-o João Jaques, que sabe o que lhe fez, e Manuel da Costa, que sabe o que ele fez.
Não obstante o Rei negá-lo aos médicos, toda a gente sabia até que ponto D. João V abusava dos excitantes.
Lord Freeman, que viajou em Portugal de 1778 a 1779, diz numa das suas cartas que «D. João V dissipou a sua vida com clérigos e mulheres; que depois de ter introduzido a Patriarcal, deixou reduzir a tropa a nada, e que decaído pela idade, para gozar mais tempo das damas, tomou cantáridas, as quais o reduziram a uma suma frouxidão; que tendo vivido como sultão, fez as pazes com o Céu, e acabou como santo, segundo as vozes dos lisonjeiros padres que lhe assistiram.»
Costigan e outros falam pela mesma boca.
Depauperado, exangue, o Rei vira chegar a paralisia complicada com reverdecimentos de antiga luxúria asiática, por me servir da linguagem de Santo Agostinho.
Não vampirizou, para robustecer-se, o sangue das crianças, como de Luís XI conta a lenda, nem chuchurreou no peito das mulheres, para alimentar-se a leite, como o cardeal D. Henrique.
Voltou-se para Deus e para as Caldas da Rainha.”

[Página 199 - As Amantes de D. João V, Alberto Pimentel, Bonecos Rebeldes, 3.ª Edição, Fevereiro de 2009]
fonte net

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