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quinta-feira, novembro 11, 2010

Morreu o "Senhor do Adeus"

João Manuel Serra morreu aos 79 anos. Ficou conhecido por cumprimentar toda a gente que passava na zona do Saldanha


João Manuel Serra, o "Senhor do Adeus", morreu ontem aos 79 anos. João ficou conhecido dos lisboetas por todas as noites acenar aos carros e às pessoas que passavam perto da zona do Saldanha, sempre com um sorriso estampado na cara e impecavelmente vestido.
Esta era a fórmula do "Senhor do Adeus" para afugentar a solidão. "Essa senhora é uma malvada, que me persegue por entre as paredes vazias da casa. Para lhe escapar, venho para aqui. Acenar é a minha forma de comunicar, de sentir gente", disse numa entrevista à revista "Única", do Expresso.
"Venho para a Praça Duque de Saldanha desde que fiquei nas mãos de não ter ninguém. Nasci aqui perto, na casa da minha avó. Um palacete bonito que o Calouste Gulbenkian quis comprá-lo. A vida dá estranhas voltas, o meu destino é acenar a quem me cumprimenta. Estou sujeito a que me chamem maluco, mas não me importo. Da minha solidão sei eu", acrescentou.
João Manuel Serra era um amante de cinema. E todos os domingos ia ao El Corte Inglés assistir a um filme na companhia de Filipe Melo, músico de jazz e realizador, e Tiago Carvalho. Posteriormente, João Serra fazia um comentário do filme no blogue "O Senhor do Adeus".fonte DN, Lisboa
NOTA DA REDACÇÃO - JOÃO SERRA SOFRIA COM A SOLIDÃO; ACENAR E SORRIR, MESMO SE SENDO INSULTADO, ERA A SUA FORMA DE MINORAR ESSA SOLIDÃO. FELIZ DELE PORQUE PODIA SAIR, PORQUE AINDA TINHA AMIGOS, PORQUE TINHA ESTRUTURA MORAL PARA PARTILHAR UM SORRISO. FICA A REFLEXÃO.

2 comentários:

  1. tukakubana,

    Partiu mais um dos símbolos desta cidade, o único que acenava à solidão, o senhor que embora rica, lhe escorria a mudez pelas paredes.

    Será sempre lembrado pelo "adeus".

    bj

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  2. Quanta solidão há por esse mundo! E a maioria desconhecida.
    Este, ao menos, teve coragem de enfrentar esse mal com uma atitude que fica certamnete para a posteridade, pelo menos como uma recordação de grande simpatia na tentativa de comunicar com os outros.

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