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segunda-feira, novembro 29, 2010

PAPASERVATIVO

O Papa, o bom do Papa, pronunciou-se. Hoje e mais uma vez, no Altar da televisão.
Homossexualidade nem pensar - foi o que ele disse.
Segundo as suas próprias palavras a homossexualidade é uma coisa incompatível com a vontade de Deus. E pronto, fim de citação e dúvidas, uma vez que o senhor é infalível, eu calo-me, já cá não está quem pensou.  A homossexualidade é incompatível com a (má) vontade de Deus. Mas o Papa é neutro, nestas coisas horríveis, vulgares e boçais como sejam as relações sexuais, quisquer que elas sejam. Ele é assim como que uma espécie de androide, nem hétero nem omo. Talvez mais um género tide, mais sabão azul e branco, mais roupa na lixívia  -  esta, sim, uma coisa que pode substituir a fogueira com vantagem e ao alcance de todas as bolsas, de todas as donas de casa, mesmo as das classes mais desfavorecidas, mais anatematizadas, soi-disant.
O Papa é quase inodoro, o Papa é puro, é feito de éter e de açúcar, daquele açucar da feira popular, aquele que nasce num alguidar mecânico e rotativo, que aparece milagrosa e aparentementemente corporizado à volta de um pauzinho e sem saber a nada. O Papa é insípido, é impalpável. Apenas fala e diz coisas que ninguém percebe, seja qual a for a língua do país a quem se dirija.
O Papa cheira a polido e a lavado, tal como aquelas canetas de tinta permanente (o Papa é permanente) da escola e da infância, quando, pensativos, as metíamos na boca, no discorrer de alguma questão difícil.
O Papa vive nas Disneylândia, tal como a maioria dos católicos, onde tudo é bom, tudo é clean, tudo é lavado, cloroformizado, sanitized, antisséptico.
E o Papa afinal sempre usa preservativo, o Papa evita o mais que pode os contágios com a realidade.

Artigo escrito por Carlos Reis
17:54 Terça feira, 23 de Nov de 2010

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