Sim, já lá vão 38 anos (feitos em Junho passado) que eu descobri a Madeira. Uma Ilha afável, com identidades muito próprias, muito verde e muito azul, que eu fiz questão de estudar e conhecer porque a isso me obrigava a minha profissão de então, o turismo, e a minha maneira de ser.
Passados estes anos eu ainda conservo e uso os mesmos óculos escuros (que os meus filhos em pequenos diziam ser os óculos da Abelha Maia...) as mesmas feições acentuadas pela expressão da sabedoria do tempo, a ânsia do sonho, os horizontes ilimitados, enfim...cresci e envelheci!
E a Madeira que conserva? Não tem "óculos", nem claros nem escuros, que possam tapar a acentuada cimentização e desordenamento da paisagem, os verdes naturais foram pavimentados, calcetados,algumas das orlas de areia preta estão tapadas com areia amarela vinda de Marrocos que custa balúrdios e que o mar leva e não traz, quando quer. Como um queijo, túneis esventram buracos no corpo da Ilha permitindo acessibilidade rápida é certo, mas desviando das estradas regionais (muitas hoje fechadas ao trânsito) o turismo e até os saudosos dos verdes e azuis. Continuo fiel à minha Lisboa -hoje tão diferente, já-, amando contudo esta terra de gentes acolhedoras, onde nasceram o marido e os filhos, e lamentando "aquilo" em que se transformou a mentalidade madeirense no geral, seguindo as pegadas de um imbecil e louco!
Apesar de tudo, não sei se escolheria melhor sitio onde quisesse nascer. Pela escolha de permaneceres, deste a mim e aos meus irmãos, a graça e a sorte de termos aí nascido, e por isso, Obrigada. Porque nunca lugar algum, me é tão querido como essa Ilha.
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