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quarta-feira, outubro 14, 2009

"toma uma ânfora de Vinho"


Todos sabem que eu nunca murmurei uma oração
Todos sabem que nunca tentei dissimular os meus defeitos.

Ignoro se existe uma Justiça e uma Misericórdia...

Entretanto, tenho confiança, porque sempre fui sincero.

Que vale mais?
Sentar-se numa taberna e fazer exame de consciência
ou ajoelhar-se na mesquita, de alma fechada?
Nada me preocupa saber se temos um Senhor
e que fará ele de mim, no final.

Considera com indulgência aqueles que se embriagam.
Lembra-te que tens outros defeitos.
Se quiseres conhecer a paz, a serenidade,
debruça-te sobre os deserdados da vida,
sobre os humildes que gemem sob o infortúnio
e irás sentir-te feliz.

Procede de molde a que a tua sabedoria
não cause sofrimento ao teu semelhante.
Domina-te sempre.
Nunca te abandones à cólera.
Se queres encaminhar-te para a paz definitiva,
sorri ao Destino quando te ferir e não vás ferir ninguém.

Uma vez que ignoras o que te reserva o dia de amanhã,
procura ser feliz, hoje.
Toma uma ânfora de vinho, senta-te ao luar e bebe
lembrando-te que, talvez amanhã, a lua te procurará em vão.


in Rubaiyat - Odes ao Vinho, Omar Khayyam

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