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quinta-feira, outubro 15, 2009

negação


Raiada a madrugada,
O anúncio de uma chuva estéril

E um vento que não arranca sinfonias.

Surpresa, a passarada não voa

E os galos permanecem afónicos.

Há o miado pungente nos gatos

E o ganido uivante dos cães.
As nuvens não quiseram que o sol as aquecesse

E o mar desviou-se dos rochedos.
No ventre da Mãe, hoje sem sorriso,
A criança ignorou a vida.

Na rua, cruzada,

O Homem ignorou a realidade

Porque hoje,

Logo hoje,
Não há solidariedade.

autor: Maria Teresa Góis, 

Porto Moniz

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