[google6450332ca0b2b225.html

domingo, novembro 08, 2009

Aquecimento Global

----------------------------------------

João Habitualmente -
Vinde a mim
Prados do fim do mundo

Quanto tempo terei ainda para vos pastar?
Era verde
A erva que agora vos amarelece
Mirrais sob o vento sulfúrico
Andam-vos por cima as aves desorientadas
Nem sois figura nem fundo

Vinde a mim
Bosques em agonia

Quanto tempo sereis ainda a minha clorofila?
morreis agora mais rápido que as aldeias
Sepultando na lama insectos teratológicos

Olha, filho, o prado que seca
Olha o bosque que amarelece

Desiste, pois, de colher tangerinas
E cinge-te aos pedregosos leitos falecidos

Não temas: são as novas cores do universo
Prepara-te para a grande festa
E vem brindar ao aquecimento global
Às turbulências, aos ciclones
ao efeito-estufa em espiral

São belas, as novas vestes da princesa
Não vês como ainda respiro?
Plano nas cinzas de tudo quanto acontece
sou um transgénico em passeio no pinhal
venha o ronco telúrico ebulir o planeta
seque prados, arda bosques
ponha estios nos Invernos
ponha pólos no equador
que a mim
Nem me aquece nem me arrefece

(Inédito)

Sem comentários:

Enviar um comentário