Um congolês a residir na Bélgica está a tentar a proibição da venda no país do livro "Tintim no Congo", por apresentar estereótipos raciais e "levar as pessoas a pensar que os negros não evoluíram".
Segundo avança a edição de hoje da BBC Brasil, um homem de nacionalidade congolesa, que reside na Bélgica, está a tentar junto da justiça a proibição da venda do popular livro de Hergé, "Tintim no Congo".
O congolês, Bienvenu Mbutu, considera que o livro "faz as pessoas pensar que os negros não evoluíram". Em declarações ao correspondente da BBC em Bruxelas, Mbutu afirmou que está a pedir aos tribunais belgas que proíbam a venda do livro mas, se não o conseguir, diz ficar satisfeito se o vir nas prateleiras das livrarias belgas com uma advertência semelhante às usadas em Inglaterra para estes casos, adianta a BBC Brasil.
As histórias de Tintim já foram várias vezes criticadas por representarem estereótipos raciais grosseiros e há três anos, a Comissão para a Igualdade Racial da Grã-Bretanha chegou a pedir a proibição do referido livro, afirmando que o mesmo continha imagens e "palavras de preconceito racial hediondo, onde os 'nativos' africanos são retratados como macacos e falam como imbecis", informa ainda a BBC Brasil.
As edições britânicas da obra são actualmente vendidas com um selo de papel que adverte o público para conteúdos que podem ser considerados ofensivos.
A BBC Brasil relembra ainda que o próprio autor do livro, Hergé, que o escreveu na década de 20, chegou a afirmar mais tarde que o mesmo tinha sido um pecado de juventude e reflectia os preconceitos da época.
Sem comentários:
Enviar um comentário