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terça-feira, abril 13, 2010

Descobertas as fontes hidrotermais mais profundas no oceano

Ao largo das ilhas Caimã, no mar das Caraíbas


Uma missão britânica descobriu as fontes hidrotermais mais profundas de que há conhecimento: situam-se a cinco mil metros, no mar das Caraíbas, na Fossa das Caimã. Neste caso, as emanações de água muito quente, vinda do interior da crosta terrestre, são negras.
As fontes hidrotermais em profundidade, no oceano, foram localizadas pela primeira vez em 1976, no Pacífico, e revelaram a existência de formas de vida inesperadas. Em redor destas fontes, cuja água pode ultrapassar os 300 graus Celsius, a vida é abundante, apesar de a luz solar não chegar ali. A vida ali é independente da luz solar e da fotossíntese. Na base da cadeia alimentar estão, por exemplo, bactérias resistentes ao calor: elas extraem das fontes elementos químicos que constituem os seus nutrientes e vão, por sua vez, servir de alimento a outros seres vivos. Além de bactérias, nas chaminés hidrotermais acumulam-se metais, como cobre, ferro ou ouro. 
Nas águas dos Açores também se descobriram campos de fontes hidrotermais – o primeiro foi o Lucky Strike, em 1992. Foi descoberto por uma equipa norte-americana a 1700 metros de profundidade. 
Agora, a missão liderada pelo Centro Nacional de Oceanografia de Southampton encontrou as fontes mais profundas até ao momento, na Fossa das Caimã, que fica entre as ilhas com esse nome e a Jamaica. A descoberta foi possível graças à utilização de dois robôs submarinos. 
Primeiro, a equipa utilizou o veículo Autosub6000, capaz de viajar de forma autónoma (sem estar ligado por cabo a um navio) até 6000 metros de profundidade, e permitiu cartografar o fundo do mar com grande pormenor. Depois, o HyBIS entrou em cena, operado à distância no navio britânico “James Cook”, através de um cabo, e com as suas câmaras de alta definição obtiveram-se imagens de qualidade das fontes hidrotermais de fluidos negros.  Os cientistas encontraram ainda acumulações de cobre e ferro a forrar as chaminés hidrotermais. “Foi como vaguear na superfície de outro planeta”, disse o geólogo Bramley Murton, um dos líderes da equipa e o piloto do HyBIS no mergulho da descoberta, citado num comunicado do centro de oceanografia britânico. “Nunca tinha visto nada assim: os matizes do arco-íris nos minerais e os azuis fluorescentes nos tapetes microbianos que os cobriam.”
fonte: PÚBLICO, ontem

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