Hoje será apresentada proposta de candidatura do fado a Património Imaterial
Até Agosto, Portugal vai apresen-tar à UNESCO a candidatura do fado a Património Imaterial da Humanidade. O projecto iniciou- -se em 2005 e hoje é já apresentado o modelo de uma primeira proposta, ainda informal, tratando-se também de "legitimar a candidatura com o apoio oficial da Câmara Municipal de Lisboa", referiu ao DN Rui Vieira Nery, membro da comissão científica desta candida-tura. A apresentação realiza-se às 15.00, na Sala de Reuniões dos Paços do Concelho de Lisboa.
"Esta proposta envolve a definição das linhas gerais do plano de salvaguarda do fado e também mostrar que o Estado e a cidade de Lisboa estão preparados para a salvaguarda do património material do fado, o que o torna em si património imaterial", revelou Rui Vieira Nery.
Desde o ano passado foram estabelecidos vários protocolos com organismos e instituições que têm na sua posse material relacionado com o fado, sendo que esses protocolos "têm em vista um compromisso de investimento na pre- servação da memória do fado", salientou o musicólogo que é também coordenador do trabalho científico.
A ideia é "convergir todos os acervos que estão na posse dessas instituições - entre as quais a RTP, Cinemateca Portuguesa, Voz do Operário, Biblioteca Nacional - numa base de dados que documenta o património cultural do fado, sendo este um processo em construção permanente", adiantou Sara Pereira, directora do Museu do Fado, membro também da comissão científica.
Uma das principais preocupações desta candidatura está relacionada com "a questão dos arquivos do fado", disse Vieira Nery, daí que estejam em vista "reedições de estudos sobre o fado, de partituras, de poesia para fado, edições sobre a iconografia deste género. Basicamento, queremos pôr cá para fora o máximo de material possível", acrescentou.
Espera-se assim que durante este ano cheguem ao mercado reedições de património fono- gráfico ligado ao fado, além de dois álbuns sobre a representação desta música nas artes plásticas e eruditas.
A comissão científica está ainda a trabalhar num programa educativo que envolve não só acções de sensibilização do fado, mas inclusivamente a integração do fado nos currículos escolares, nomeadamente nas escolas de ensino básico e secundário. Este projecto deverá ter início já no próximo ano lectivo em várias escolas de Lisboa e mais tarde estender-se a outras do País, contou ao DN Sara Pereira. O ensino superior não fica de fora, já que foi estabelecido um protocolo com o Instituto Superior Politécnico do Porto que disponibiliza aos seus alunos vários documentários sobre o fado.
A resolução final da candidatura do fado a Património Imaterial da Humanidade só será conhecida em Setembro de 2011, daí que seja "essencial" a partir de agora um intenso "trabalho diplomático". "No início do próximo ano vai começar o processo de aprovação da candidatura pela UNESCO e, portanto, tudo isso vai acabar com o voto na Assembleia Geral. Daí que o Ministério dos Negócios Estrangeiros, através dos seus contactos com as embaixadas, inicie um processo de esclarecimento e sensibilização do fado, sendo que a comissão científica vai fornecer todo o tipo de informação necessária", explicou Rui Vieira Nery.
A directora do Museu do Fado adiantou ainda que se encontra em curso a digitalização e inven-tariação dos oito mil fonogramas com gravações de fado em discos de 78 rotações (gravados em 1904 e 1945), que em tempos estiveram na posse do coleccionador inglês Bruce Bastin.(DN, Lisboa)
"Esta proposta envolve a definição das linhas gerais do plano de salvaguarda do fado e também mostrar que o Estado e a cidade de Lisboa estão preparados para a salvaguarda do património material do fado, o que o torna em si património imaterial", revelou Rui Vieira Nery.
Desde o ano passado foram estabelecidos vários protocolos com organismos e instituições que têm na sua posse material relacionado com o fado, sendo que esses protocolos "têm em vista um compromisso de investimento na pre- servação da memória do fado", salientou o musicólogo que é também coordenador do trabalho científico.
A ideia é "convergir todos os acervos que estão na posse dessas instituições - entre as quais a RTP, Cinemateca Portuguesa, Voz do Operário, Biblioteca Nacional - numa base de dados que documenta o património cultural do fado, sendo este um processo em construção permanente", adiantou Sara Pereira, directora do Museu do Fado, membro também da comissão científica.
Uma das principais preocupações desta candidatura está relacionada com "a questão dos arquivos do fado", disse Vieira Nery, daí que estejam em vista "reedições de estudos sobre o fado, de partituras, de poesia para fado, edições sobre a iconografia deste género. Basicamento, queremos pôr cá para fora o máximo de material possível", acrescentou.
Espera-se assim que durante este ano cheguem ao mercado reedições de património fono- gráfico ligado ao fado, além de dois álbuns sobre a representação desta música nas artes plásticas e eruditas.
A comissão científica está ainda a trabalhar num programa educativo que envolve não só acções de sensibilização do fado, mas inclusivamente a integração do fado nos currículos escolares, nomeadamente nas escolas de ensino básico e secundário. Este projecto deverá ter início já no próximo ano lectivo em várias escolas de Lisboa e mais tarde estender-se a outras do País, contou ao DN Sara Pereira. O ensino superior não fica de fora, já que foi estabelecido um protocolo com o Instituto Superior Politécnico do Porto que disponibiliza aos seus alunos vários documentários sobre o fado.
A resolução final da candidatura do fado a Património Imaterial da Humanidade só será conhecida em Setembro de 2011, daí que seja "essencial" a partir de agora um intenso "trabalho diplomático". "No início do próximo ano vai começar o processo de aprovação da candidatura pela UNESCO e, portanto, tudo isso vai acabar com o voto na Assembleia Geral. Daí que o Ministério dos Negócios Estrangeiros, através dos seus contactos com as embaixadas, inicie um processo de esclarecimento e sensibilização do fado, sendo que a comissão científica vai fornecer todo o tipo de informação necessária", explicou Rui Vieira Nery.
A directora do Museu do Fado adiantou ainda que se encontra em curso a digitalização e inven-tariação dos oito mil fonogramas com gravações de fado em discos de 78 rotações (gravados em 1904 e 1945), que em tempos estiveram na posse do coleccionador inglês Bruce Bastin.(DN, Lisboa)
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