Ponto 1 - Eu não percebo e haverá, creio, muitos que também não percebem. Todos sabemos que o papa esteve em Portugal. Alguns sabem que foi recebido, em particular, por toda a família do presidente da República Cavaco Silva (a mesma que retirou altas aplicações que venceram dividendos altíssimos de um banco português antes do mesmo falir), ao pormenor de se saber que o neto mais novo só se calou de uma birra normal,quando o reverendo entrou na sala...
É público que durante os quatro dias da visita papal o presidente lhe seguiu, nos calcanhares, quase todos os passos.
Ponto 2 - A Assembleia da República Portuguesa aprovou em Fevereiro último, por maioria, o casamento homossexual em Portugal. O diploma seguiu, como manda a lei, para a Presidência da República a fim de ser vetado ou promulgado. O PR pediu, por via das dúvidas e quiçá para ter um álibi, o parecer do Tribunal Constitucional, que não encontrou senão.
Ponto 3 - O prazo chegou ao fim. Ou sim, ou sopas. Todos esperávamos um veto, dado os valores ao longo de anos apregoados, ainda que isso não impedisse a aprovação posterior na Assembleia. Mas não. Do alto da rígida postura, invocando o desemprego, a crise, o estado mental da Nação Portuguesa, o presidente promulga a proposta, salvaguardando a sua reserva e alargando os horizontes da sua pré campanha presidencial para daqui a uns poucos meses.
O País abriu a boca num AH, misto de espanto e bocejo. E agora? Que dirá Bento XVI deste homem que lhe beijou a mão, se curvou até ao chão levando à mesma pose toda a família?
Aguardo comunicado do Vaticano e a respectiva absolvição, dada a crise, o desemprego, o estado mental dos portugueses e a pré campanha eleitoral, a fim de que eu possa perceber.
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