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quinta-feira, maio 13, 2010

"A insustentável leveza do Ser" - Milan Kundera

O livro que hoje vos trago "A insustentável leveza do Ser" de Milan Kundera é, sem qualquer dúvida, um dos meus preferidos.
Nesta obra prima para além de visitarmos a cidade de Praga, invadida pela Rússia, cruzamo-nos com personagens tão diversos como Nietzsche, Parménides de Eléia, Sartre e o próprio autor que, num diálogo filosófico nos conta a sua história de vida em 1968.
Foi publicado em 1984.
Abordando a filosofia pré-socrática de Parménedes que dissertava sobre a relação peso/leveza, Kundera põe em discussão a dualidade do Ser, confrontando o binómio da presença e da ausência de entidades.
A partir desta teoria (530 aC-460 aC) Kundera constrói a personagem de Tomas, personagem que se recusa a carregar o peso da vida e suas responsabilidades, vivendo sem compromissos ou seja, numa liberdade "leve". O autor aborda ainda a Compaixão, reduzindo-a   a um sentimento de superioridade de um indivíduo sobre outro, que sofre. E, na capacidade egoísta de poder sentir a dor do outro, duplica-lhe o sofrimento.
A relação entre os personagens Tomas e Teresa assenta nesta metáfora mas. Existe ainda Sabina, a relação amorosa e livre (leve) de Tomas...
É um livro cativante e o próprio autor veste o papel de personagem e de leitor, acompanhando-nos na história. Mais que cativante, é uma obra obrigatória.

tukakubana

2 comentários:

  1. Olá amiga,
    Que bela lembrança, que livro incrível. Nesse livro, Kundera, decididamente olhou o mundo de forma revolucionária. Vou confessar: já reli duas vezes. Tens toda a razão, é leitura obrigatória. Mas o que me chamou mesmo a atenção foi a abordagem que o autor fez sobre o preço que pagamos na vida pelas nossas decisões, considerando que não sabemos as consequências ou implicações que haveriam se tivéssemos tomado decisão oposta. É impressionante! E eu também penso assim, pois "a vida não anda em linha reta, mas em círculos, ou até em espiral", e Heraclito já dizia: “nunca nos banhamos duas vezes no mesmo rio”. Seguindo esse raciocínio o autor sublinha que assim também, nós só podemos tomar a mesma decisão uma única vez, porque na vida não há ensaios. E isso não é absolutamente verdadeiro? Afinal, a vida nos mostra todos os dias. Então essa dicotomia entre o peso e a leveza é de extrema importância e grande responsabilidade, pois embora surja a oportunidade de refazermos nossas vidas, as circunstâncias adjacentes já não serão as mesmas. São outras, as variáveis. Portanto, a decisão já não será mais a mesma. Amiga, vou parar por aqui, pois adoro esse livro e se começo a me empolgar, já viu né.
    Beijo grande, obrigada pelo ótimo post.

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  2. Li esse livro há já uns anos e achei fabuloso. Ainda bem que o recordaste aqui, pois fiquei com vontade de o reler.

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