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quinta-feira, maio 13, 2010

Tem dois mil anos, é uma oliveira e vive no Algarve

fonte: Publico
São um repositório genético único. Em Portugal, há pelo menos seis com dois milénios. Fomos conhecer aquela que é tida como a árvore mais velha do país.
Viu os mouros chegarem e instalarem-se por toda a Península Ibérica. Ouviu ao longe D. Afonso Henriques conquistar territórios e fundar um país, do Minho até Beja. Testemunhou, cerca de cem anos mais tarde, a derradeira expulsão dos mourosdo Algarve, o último pedaço a tornar-se Portugal. Aquela que é considerada a árvore mais antiga do país, uma oliveira, tem dois mil anos e foi plantada no tempo dos romanos, tinham eles chegado à Península Ibérica uns 200 anos antes. Tivesse Jesus Cristo andado no Algarve e podia tê-la conhecido. 
O tronco cresceu, cresceu, cresceu, e retorceu-se e ficou oco. Uma fenda entre duas pernadas é um convite a admirá-la por dentro. Uma mesa e banco, feitos de madeira (será da própria?), aguardam as risadas das crianças e a curiosidade dos adultos, se estiverem dispostos a um pouco de contorcionismo. 
No seu interior oco, a brisa não é já tão fria, o sol atravessa orifícios ovais e traça raios luminosos no ar, como nos vitrais de uma catedral. Ao olhar para cima, destaca-se um tronco, a parte central da oliveira, já morto. As pernadas balançam empurradas pelo vento e os pássaros entretêm-se a chilrear escondidos entre a folhagem viçosa. 
Os barulhos da civilização, carros que chegam ao aldeamento turístico onde se encontra no Algarve e até aviões, parecem mais distantes. O interior da árvoreé como um casulo. 
Em dois milénios, deve ter escutado muitas conversas, passado por provações e dado de comer a muita gente com as suas azeitonas e o azeite que delas produziu. Muita gente deve ter alumiado também. A que doenças e pragas sobreviveu? A quem deu sombra e encosto? Por sorte, não houve incêndios que a destruíssem, nem ninguém que a cortasse ou podasse a ponto de a matar. 
Faz agora sombra a algumas moradias, caiadas de branco, portadas das janelas abertas, mas sem ninguém que responda ao toque da campainha, no aldeamento turístico de Pedras d"el Rei, na freguesia de Santa Luzia, a poucos quilómetros de Tavira. A praia do Barril, na zona lagunar da ria Formosa, fica em frente.
Por companhia, tem outra oliveira e uma alfarrobeira. Só ela, no entanto, tem direito a uma placa informativa: em duas folhas de papel desgastadas pelo tempo, dispostas lado a lado, lê-se que a oliveira bimilenar, "o ser vivo mais antigo de Portugal", foi classificada como uma árvore de interesse público em 1984. 

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