A Festa do Divino Espírito Santo realiza-se no dia de Pentecostes, cinquenta dias após a Páscoa. Portanto, possui data móvel, que varia entre fins de maio e início de Junho. Este evento é mais citado no Novo Testamento do que no Antigo, uma vez que tem importância capital para a fé e liturgia cristãs: é em Pentecostes que ocorre a descida da Terceira Pessoa da Trindade, o Espírito Santo, sobre os Apóstolos de Jesus, reunidos no Cenáculo após Sua morte, mas ainda leigos para a missão evangelizadora que lhes caberia. É o Espírito que os inspira e os prepara, descendo sobre suas cabeças na forma de uma língua de fogo, a centelha do entendimento, a "marca" Divino.
É nesse momento que nasce a primeira Igreja de Cristo; do discurso de Pedro e do “dom das línguas”, adquirido imediatamente após a descida do Santo Espírito e que significa a capacidade de dirigir-se a todas as nações e ser compreendido por elas.
Esta festa cristã, no entanto, tem uma origem judaica: é o SHAVUOT, a festa das Primícias da colheita do trigo. Uma festa agrícola à qual, depois, foi dado também um motivo histórico: é quando se comemora a outorga da lei a Moisés.
Seu significado simbólico cresce em beleza se associarmos o SHAVUOT ao PENTECOSTES. Com o trigo faz-se o pão, alimento do corpo. Com as tábuas de Moisés faz-se a lei, alimento moral. Com o Espírito Santo faz-se o discernimento, alimento da alma. Belas e fartas colheitas, portanto!
Acredita-se que a Rainha Santa Isabel de Aragão, de Portugal (1271 – 1336), casada com o Rei D.Diniz foi a responsável pela difusão das comemorações em honra ao Espírito Santo e foi também quem lançou as bases da Congregação do Espírito Santo, um movimento de solidariedade cristã que foi, aos poucos, absorvendo as tradicionais festas pagãs. Ao que parece, as festas iniciaram-se com a construção da Igreja do Espírito Santo na cidade de Alenquer.
O ponto alto dos festejos acontecia dentro do mais puro espírito cristão de igualdade e fraternidade, que unia os ricos e os pobres, sem distinção; era quando, por iniciativa da rainha, o bispo coroava um rapazinho da comunidade humilde, que se transformava em imperador por um dia, e assistia à missa solene, coroado e sentado em trono ao lado do altar, ocupando o lugar do rei. Nesta ocasião distribuía-se uma refeição à base de carne e batata, o “bôdo”, a toda a população do lugar. A comemoração espalhou-se pelo reino de forma semelhante ao cerimonial iniciado pela rainha, e, com a devida autorização, foram criadas coroas semelhantes a do rei, com os símbolos da Santíssima Trindade, para que os procedimentos em tudo seguissem os originais. Lá como aqui, mantiveram-se os elementos essenciais da festa: a coroação de um rapaz humilde durante a missa da véspera, o trono ao lado do altar e a farta distribuição de comida ao povo. fonte net
Nota da Redacção:
Todo o Portugal mantém a tradição da "bênção do pão" (os "brindeiros") e lembro-me que em Porto Moniz, há décadas, neste dia se dava um bôdo aos mais pobres composto de pão bento, carne, vinho,um talher e um prato. Interessante ressalvar que este brindeiro, por força talvez da forte cozedura, aguenta anos sem criar mofo ou bolor, o que é atribuído pelo povo em geral, à bênção do pão.
São usos e costumes que se vão desenraizando, ou por desinteresse da comunidade, ou por falta de organização, ou por "pressa" de celebração. Uma coisa é certa, por falta de pobreza não será.
(NAS FOTOS BRINDEIRO E BANDEIRA DO ESPÍRITO SANTO USADAS EM PORTO MONIZ, MADEIRA)
(NAS FOTOS BRINDEIRO E BANDEIRA DO ESPÍRITO SANTO USADAS EM PORTO MONIZ, MADEIRA)
obrigada pela lição. realmente ainda há dias perguntavam-me o porquê do feriado do Corpo de Deus. eu não soube explicar. kis bom domingo
ResponderEliminarPentecostes e Corpo de Deus são festividades litúrgicas diferentes.Para Junho (se me lembrar) cá ficará a explicação.
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