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sábado, maio 15, 2010

Ser católico

por Inês Teotónio Pereira, Publicado em 15 de Maio de 2010
FUI COM OS MEUS filhos à missa em Fátima no dia 13 de Maio. À noite, ao jantar, um deles confessou: "Ó mãe, se eu amanhã disser aos meus amigos da escola que fui à missa a Fátima, ver o Papa, e que no autocarro rezámos o terço, eles vão gozar comigo. Posso não dizer nada?"

Ah, pois é. Tramada esta, hein?

Não dizer nada para não ser gozado? Não dizer nada porque tem vergonha? Não dizer nada porque ninguém tem nada a ver com isso? Sim. É o mais lógico, o mais humano, vá. Ele é pequenino. Ainda está na escola primária, caramba. Não tem de evangelizar ninguém. Coitadinho. Ele nem tem idade para ir passear o cão sozinho quanto mais para dar o seu testemunho como católico. É só uma criança. Por outro lado, ele é católico e não deve ter vergonha de o ser. Não pode. Ou nunca terá a alegria de o ser. Além de que tem de aprender desde pequenino que ser católico é também ser um exemplo de fé. E sem medo, porque não tem mal nenhum. E ninguém deve ter vergonha de ter fé. Uma vergonha, disse-lhe eu, é ser apanhado a roubar.

Mas contar? Assim, sem mais nem menos? "E se ninguém me perguntar?", perguntou ele inquieto. Devolvi a pergunta: "Apetece contar?". "Apetece". "Então força", encorajei eu. Sem medo, como disse João Paulo II, e sem vergonha, como disse Bento XVI.

Tramado, hein? Hoje de manhã deixei-o na escola, ia de queixo levantado. Nunca irei saber se contou ou não, só se ele me disser. Até porque não tenho nada a ver com isso. A mim só me diz respeito o exemplo que lhe dou. E não ter vergonha nem medo.
 
Nota da Redacção - é deste estofo de verdade que se fazem as pessoas elucidadas!

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