Sónia Cerdeira , jornal iÀ medida que envelhecemos, os genes vão contribuindo mais para a inteligência
A autópsia a Albert Einstein foi uma desilusão: o cérebro do cientista era um pouco mais pequeno que a média. No entanto, agora sabe-se que a qualidade é mais importante que a quantidade.
Uma das principais características é a maneira como os neurónios se relacionam. Martijn van den Heuvel, neurocientista da Universidade de Medicina de Utrecht, na Holanda, descobriu que os cérebros mais inteligentes têm redes de ligação mais eficientes entre neurónios, ou seja, neles há menos passos para transmitir uma mensagem entre as diferentes regiões do cérebro, o que pode explicar um terço das variações de QI numa população, diz Heuvel.
Outro factor decisivo é a bainha formada pela gordura que reveste as fibras dos neurónios e que afecta a velocidade dos sinais eléctricos. Paul Thompson, da Universidade da Califórnia, EUA, descobriu uma correlação entre o QI e a qualidade dessa bainha. Ainda não sabemos quanto é que os genes contribuem para o QI - alguns estudos apontam para 40% outros para 80% , mas uma coisa é certa: à medida que envelhecemos os genes vão contribuindo mais para a inteligência. Robert Plomin, do King's College de Londres, comparou 11 mil pares de gémeos e descobriu que aos nove anos os genes explicam 40% e aos 17 o valor aumenta para quase dois terços. Os genes parecem ditar a probabilidade de alguém procurar experiências estimulantes para o desenvolvimento do cérebro: "Se tivermos predisposição, procuramos activamente ambientes que se adeqúem ao nosso talento", explica Thompson.
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