Cientistas descobriram amuletos dentro dos corpos embalsamados.
O que poderá estar por baixo dos panos das múmias de animais egípcios? Esta era umas das grandes interrogações da humanidade desde há milhares de anos, à qual os cientistas da Universidade de Navarra, em Espanha, responderam através da utilização de aparelhos de TAC: dentro dos corpos embalsamados, as múmias escondem pequenos amuletos relacionados com o simbolismo do respectivo animal. Primeiro, a equipa formada por egiptólogos, mas também biólogos, engenheiros e veterinários, recolheu oito múmias de animais cedidas por coleccionadores espanhóis: dois peixes tilápias, um outro do género mormy- rus, dois gatos, um falcão, uma cabeça de felino e uma cria de crocodilo. Depois recorreram a um aparelho de TAC (que reproduz uma secção do corpo obtida após expor o corpo a uma sucessão de raios X) cedido pela Clínica Universidade de Navarro, e a um outro de alta resolução, para objectos mais pequenos, para radiografar o interior das múmias.
Os exames revelaram que, no caso do mormyrus, que segundo a mitologia terá comido o pénis de Osíris (ver caixa), o peixe tinha no seu interior dois amuletos em forma fálica. Já em relação a um dos gatos, a radiografia demonstrou que o animal assentava num vaso onde foram guardadas as suas vísceras, enquanto o crocodilo também escondia um pequeno talismã. Dados importantes para perceber melhor as crenças e rituais da civilização que floresceu nas margens do Nilo.
"Estes são animais que estavam presentes nos templos, que eram divinizados e enterrados com todas as honras. As múmias mostram como os egípcios conheciam muito bem a sua anatomia, porque realizavam autênticas operações de microcirurgia para introduzir amuletos", explica ao El Mundo a egiptóloga Mari Luz Mangado, a grande promotora do estudo.
Além dos conhecimentos anatómicos e de zoologia, os egípcios revelavam ainda um apurado sentido estético. Os embalsamadores colocavam os animais na sua posição natural, o que se assemelha com as próprias representações nos hieróglifos. "Percebe-se uma unidade entre a postura das múmias e as representações na escritura ou na pintura. Nesse sentido, a múmia é parte integrante da arte", afirma Mari Luz Mangado.
Investigação importante dentro das fronteiras da arqueologia, o estudo da Universidade de Navarra seduziu também especialistas da área da saúde. "Foi muito atractivo para nós poder ver algo com três mil anos, que podia ter dentro amuletos ou até diamantes", adianta Carlos Ortiz de Solórzano, director da Unidade de Imagem do Centro de Investigação Médica Aplicada da universidade. Segundo o especialista, esta foi uma oportunidade para ver "o interior de uma caixa negra sem ter de a abrir, o que causaria danos irreparáveis, ao quebrar os panos e acelerar a sua degradação".(fonte DN, Lisboa)
Fantástico! Que coisa hein!!!
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