A Igreja Católica e a sua hierarquia estão debaixo de fogo. Nada de surpreendente, quando se vai conhecendo, a uma velocidade alucinante, a quantidade de segredos sórdidos que foram varrendo, durante anos, para debaixo do tapete das suas sacristias. Também não surpreende a reacção dúbia dos seus máximos responsáveis, incluindo o Papa Bento XVI. Por um lado, a hierarquia Católica admite os pecados cometidos pelos seus padres, por outro lamenta os ataques que caem sobre a Igreja Católica.
Estavam à espera de quê? Que depois da confissão a coisa se resolvesse com uma penitência de meia dúzia de padres-nossos e ave-marias, ou, vá lá, com um voltinha de joelhos à capela de S. Bento da Porta Aberta? Pode ser assim que se limpam os pecados no templo, mas não pode ser assim no mundo real. Quem cometeu crimes tão terríveis (convém lembrar que estamos a falar de abusos sexuais a crianças) tem de pagar por eles. E os que encobriram os criminosos não merecem outra coisa senão o enxovalho público. Ninguém está a salvo da crítica, nem Deus. E se confundem essa censura com ataques à Igreja Católica e, pior do que isso - como se fez na igreja de S. Pedro, em Roma -, se comparam a hostilidade actual ao anti-semitismo que conduziu ao extermínio dos judeus, então só podemos concluir que aos poucos padres que perderam a vergonha molestando crianças se juntam agora muitos outros que perderam o tino.
Sem comentários:
Enviar um comentário