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sexta-feira, abril 30, 2010

fonte: DN, Funchal
http://www.eldogma.com.ar/flyers/diaprimavera/default.asp

foto do dia

Chris Graythen/Getty Images
«SLICK WITH OIL: A boat made its way through crude oil in the Gulf of Mexico off of Louisiana Wednesday. On Thursday, officials said it may take 90 days to stop the oil leak started by a deadly explosion at the rig earlier this month.» [Wall Street Journal]

Bélgica é o primeiro país europeu a proibir o véu integral islâmico

" O véu integral é uma prisão móvel que remonta a uma prática medieval que representa, sem dúvida, uma afronta aos direitos humanos". O argumento, partilhado entre liberais e democratas-cristãos, foi a tacada final na votação levada ontem a cabo no parlamento belga, que resultou na proibição do uso do véu islâmico integral (burca ou niqab) nos espaços "destinados ao uso do público. O texto, que deve ainda passar pelo senado, foi aprovado quase por unanimidade, contando apenas com duas abstenções, numa altura em que o primeiro-ministro belga apresentou a sua demissão e o país deverá enfrentar eleições antecipadas. 
"A imagem do nosso país no exterior é cada vez mais incompreensível, mas pelo menos o voto quase unânime do Parlamento para proibir a burca e o niqab constituem um elemento de orgulho no fato de ser belga", afirmou o deputado liberal Denis Ducarme.
Assim, a nova lei - que poderá entrar em vigor entre Junho e Julho deste ano - prevê que "quem se apresentar em espaço público com o rosto tapado ou escondido, total ou parcialmente e que não seja identificado de imediato, será punido com uma multa (ainda não definida) e/ou pena de prisão de um a sete dias". 
Serão, porém, admitidas excepções em caso de celebração festiva (Carnaval, por exemplo), mas ainda assim a permissão terá de ser requerida com antecedência às autoridades locais. A Bélgica assume a decisão pioneira de abolir as demonstrações religiosas no vestuário, sendo que França foi o primeiro país a ter-se manifestado nesse sentido.
"Somos o primeiro país a tirar as mulheres da submissão e esperamos que isto seja repetido por França, Suíça, Itália e Holanda. O facto de um pequeno país ter tomado esta decisão pode incentivar outros a fazer o mesmo", lembrou, ainda Ducarme.
A decisão é entendida pelos especialistas em religião como "algo inútil", já que desde o ano passado foram multadas 29 mulheres em Bruxelas por alegado "uso de acessórios que cobriam o rosto". Na altura não se especificou nem a burca nem o niqab. E a nova lei vai pelo mesmo caminho: o nome das vestes não é referido, sendo apenas relatado como "véu integral islâmico", deixando em aberto uma eventual violação da lei.(fonte: jornal i)
Nota da Redacção - e os meus leitores, o que pensam?

Fosso de fundição de sinos do século XVIII descoberto em Famalicão

Os arqueólogos da Câmara de Famalicão descobriram restos de uma actividade artesanal relacionada com a fundição de um sino de bronze, nomeadamente um fosso de fundição, datado da segunda metade do século XVIII, anunciou fonte autárquica.
O achado arqueológico, encontrado no local onde está a ser construído o novo Centro Social e Paroquial de Requião, junto à igreja de São Silvestre, foi descoberto depois de os serviços municipais terem sido chamados ao local, onde, numa primeira fase, surgiu um conjunto de muros, que suscitaram a hipótese da existência de um primitivo mosteiro, anexo à igreja.
"A forma como se direccionaram os trabalhos levou também à descoberta inesperada de um fosso de fun- dição de sinos", referiu Felisbela Leite, responsável pelos serviços de arqueologia da autarquia. De acordo com a responsável, "um fosso de fundição de sinos corresponde a uma técnica tradicional de fazer sinos, em que é realizada uma abertura no solo, estruturada interiormente, na qual era colocado um molde, que depois de preenchido por bronze, era fundido a altas temperaturas, dando origem a um sino".
Apesar da deterioração do local, os arqueólogos conseguiram obter dali várias informações. "Presume-se que a estrutura encontrada possa ser datada do século XVIII-XIX, coincidindo com as reformulações executadas na Igreja de São Silvestre", disse Felisbela Leite.(fonte: Publico.pt)

Pepetela recebe 'honoris causa'

O escritor angolano Pepetela recebeu ontem, às 16.00, o doutoramento honoris causa da Universidade do Algarve. A cerimónia decorreu no Grande Auditório do recinto universitário de Gambelas, em Faro, e contou com a presença de nomes como José Mariano Gago, ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, e do embaixador da República de Angola em Portugal, José Marcos Barrica. António Correia e Silva, reitor da Universidade de Cabo Verde, apadrinhou a entrega do doutoramento a Pepetela. Político, professor, guerrilheiro e escritor, Artur Carlos Maurício dos Santos (Pepetela) nasceu em Benguela, Angola, em 1941, e licenciou-se em Sociologia em Argel (Argélia), onde ficou durante a guerra colonial, depois de ter estado exilado em Paris (França). Publicou o seu primeiro romance, As Aventuras de Ngunga, em 1972, embora já anteriormente tivesse escrito Muana Puó, em 1968. Em 1975, com a independência de Angola, foi nomeado vice- -ministro da Educação do Governo de Agostinho Neto, mandato que exerceu por sete anos e durante o qual publicou vários romances, incluindo Mayombe, que chegou às editoras em 1980. Porém, foi em 1984 que publicou Yaka, romance histórico que simboliza a dedicação de Pepetela à história e identidade nacional de Angola.
Nos anos 90, a escrita de Angola aproximou-se do realismo mágico em O Desejo de Kianda (1995) e evidenciou uma desilusão crescente com a situação política angolana, marcada pela experiência da guerra civil e pela corrupção que grassava pela classe política do país. Embora se tenha afastado de Angola durante este período, Pepetela recebeu o Prémio Camões em 1997.
Nota da Redacção - À Comunidade Africana que visita este blog, os meus parabéns. Divulguem a obra dos vossos escritores, dêem a vossa cultura a conhecer ao Mundo!



















andamos pelo mundo
experimentando a morte
dos brancos cabelos das palavras
atravessamos a vida com o nome do medo
e o consolo dalgum vinho que nos sustém
a urgência de escrever
não se sabe para quem

o fogo a seiva das plantas eivada de astros
a vida policopiada e distribuída assim
através da língua... gratuitamente
o amargo sabor deste país contaminado
as manchas de tinta na boca ferida dos tigres de papel

enquanto durmo à velocidade dos pipelines
esboço cromos para uma colecção de sonhos lunares
e ao acordar... a incoerente cidade odeia
quem deveria amar

o tempo escoa-se na música silente deste mar
ah meu amigo... como invejo essa tarde de fogo
em que apetecia morrer e voltar

Al Berto, in 'Salsugem'


Al Berto - Poeta e editor português, de nome completo Alberto Raposo Pidwell Tavares, nasceu a 11 de Janeiro de 1948, em Coimbra, e faleceu a 13 de Junho de 1997, em Lisboa.

quinta-feira, abril 29, 2010

"Jesus Christ Superstar 2000 "I don`t know how to love him"

dia Mundial da dança


Bolshoi Ballet: Quebra Nozes

prima ballerina em forma aos 47 anos

Nina Ananiashvili é diretora artística da companhia State Ballet of Georgia, de Tbilisi, que tem ajudado a reerguer. Mas, com 47 anos, é também prima ballerina. Ainda em fevereiro deste ano, teve a seu cargo as interpretações a solo dos dois espetáculos apresentados pela companhia numa digressão pelo Japão. Nina está em forma e os críticos adoram-na; a sua idade não é barreira ao sucesso.
Antes do ballet, Nina dedicou-se à patinagem artística quando ainda era uma criança e a Geórgia pertencia à União Soviética. Foi em Moscovo que a sua carreira começou.
Em 1981, com apenas 18 anos, Nina partia em digressão mundial como solista nos espetáculos produzidos pela companhia moscovita Bolshoi. Não só era um privilégio profissional, como também cívico; nessa época, poucos eram os soviéticos que tinham permissão para sair do país.
"Recordo-me da primeira vez que estive em Paris. As luzes eram belíssimas. Mas isso entristeceu-me, porque sabia que o meu povo nunca teria a oportunidade de as ver", refere à CNN. "Nunca imaginei que, um dia, os nossos edifícios em Tbilisi viessem a ter as mesmas luzes".
Após a queda do regime soviético, Nina Ananiashvili levou o seu talento a outras companhias de ballet mundiais e, em 2009, celebrou o 16º aniversário da sua colaboração como Prima Ballerina com a nova-iorquina American Ballet Theater.(jornal i)

quarta-feira, abril 28, 2010

Mulheres que não se depilam: espíritos livres ou apenas desmazelo?

fonte: jornal i


NA FOTO A ACTRIZ NORTE AMERICANA TRACIE DINWIDDIE EXIBE OS SOVACOS NO SUNDANCE FESTIVAL


Há escolhas que nem os famosos são capazes de tornar apetecíveis. Vejam-se os pelos das pernas. Pouco importa que a celebridade ostente a penugem mais pálida e discreta que se possa imaginar, como aconteceu uma vez a Alicia Silverstone na inauguração de uma loja ou a Celine Dion num concerto em Tóquio. As câmaras fazem zoom e a internet imortaliza o momento.
Na passadeira vermelha, se uma mulher tem pelos nas pernas ou nos sovacos, assume-se que é um passo em falso, uma falha na gestão do tempo. Ora ultimamente não deixou de ser assim. Em Janeiro, nos Globos de Ouro, Mo'Nique, que venceu com o seu retrato de uma mãe pavorosa em "Precious", levantou o vestido comprido e mostrou as pernas com pelos abundantes.
A coisa não se ficou por ali. O "New York Daily News" coroou-a "actriz menos superficial de sempre". Em sites como o TMZ.com, as pessoas publicaram comentários como "tenho de ir VOMITAR [...] Nojento é dizer pouco". Parecia que uma exclamação de repulsa se espalhara pelo país, destinada a chamar a avisar todas as adolescentes de que ter pelos nas pernas não é mesmo permitido.
A confusão aumentou quando ficou claro que Mo'Nique não se esquecera de depilar as pernas. Não: ela nunca as depila. Tentou fazê-lo uma vez, fartou-se de sangrar e decidiu que os pensos rápidos não eram para ela.
Mo'Nique não foi a única a andar com pelos na passadeira vermelha nesta temporada de prémios. Amanda Palmer, que antes cantava no duo de punk-cabaret Dresden Dolls, esteve presente nos Globos de Ouro com o noivo, Neil Gaiman, cujo romance "Coraline" foi transformado em filme de animação. Palmer, com um vestido transparente à anos 20, ergueu um braço e mostrou ao mundo os pelos que tinha por baixo. Mais tarde escreveu uma mensagem no Twitter: "Espero que, entre mim e Mo'Nique, possamos mudar o padrão cultural de beleza e depilação deste ano."  Numa entrevista telefónica, Palmer, que também não depila as pernas, diz: "As pessoas imaginam que estamos a tomar uma posição na matéria, mas eu não estou."
Sim, admite, gosta de lembrar às suas fãs mais jovens que são livres de escolher. Segundo Palmer, as mulheres por vezes falam com ela acerca do tema dos pelos corporais e dizem-lhe que não são particularmente adeptas da depilação. Porém, "não querem lidar com os olhares de censura e optam pelo caminho da não resistência", acrescenta.     Alguns grupos de mulheres têm deliberadamente remado contra a corrente. Mo'Nique chamou às suas pernas au naturel "uma cena de mulher negra", referindo-se a algumas mulheres americanas de origem africana que não se depilavam. Danielle C. Belton, criadora do blacksnob.com, um blogue de política e cultura, afirma que, em miúda, os seus pais, nascidos no Sul, não a deixavam depilar as pernas. A resposta deles, por volta de 1992: "Isso é coisa de brancos."     Belton, que tem 32 anos, argumenta que Mo'Nique - que nunca se depilou durante todos os anos que tem sido comediante, apresentadora de talk shows e de um reality show - tem sido alvo de mais críticas agora que a sua base de fãs aumentou. "Há coisas que só passam a ser uma questão popular quando saem da esfera doméstica", diz Belton.
A fotografia de Lee Friedlander, de 1979, de Madonna com as pernas abertas, que apareceu na "Playboy" em 1985 - e não havia sinal de que tivesse usado lâminas ultimamente fosse onde fosse - atraiu aplausos, e não apupos, dos leitores. E para que não pensemos que os pelos corporais não andam a vender bem, uma cópia do referido nu foi vendida o ano passado por 28 mil euros.
Por vezes uma mulher desiste de se depilar apenas temporariamente. Na estreia do filme de 1999 "Notting Hill", Julia Roberts fez virar as cabeças - ou melhor, os seus sovacos, com meses de liberdade, fizeram--no. Por vezes um amante acha isso atraente. Mo'Nique disse que o marido gosta das suas pernas.
Para Palmer, a cantora, o que há a fazer é não nos importarmos com o que os outros pensam (mais fácil de dizer que de fazer). Ainda assim, diz às fãs mais jovens que confundem não se depilarem com autenticidade: "Sabem o que é mesmo fixe? Levantarem-se todas as manhãs, decidirem o que vos apetece e fazerem-no."
Nota da Redacção - Quando a moda de hoje é a dos homens se depilarem, nos sovacos, no peito, nas costas e sabe-se lá mais aonde, porque não podem as Mulheres, qual grito do Ipiranga, deixar crescer as barbas os bigodes ou qualquer pilosidade que Nosso Senhor lhes deu? Afinal não são elas que comandam o Mundo? Quem não se lembra da nossa Rosa Mota em 1984, ao cortar a meta olímpica, levantou os braços em jeito de vitória merecida, mostrando as suadas pilosidades sovacais? Mais uma vez Portugal na vanguarda da moda....

kit peregrino com penso em spray e funil para urinar em pé

Em vésperas das celebrações do 13 de Maio em Fátima, há um novo kit para peregrinos. A AGA lançou um pacote especial para peregrinos e caminhantes. Inclui toalhetes desinfectantes, agulha e linha para o tratamento de bolhas, o famoso hyggly - funil para as mulheres urinarem de pé - uma solução desinfectante e penso em spray.
Este ano, com as celebrações do 13 de Maio presididas por Bento XVI, são esperados 300 a 500 mil peregrinos em Fátima. Estão inscritos 110 grupos de peregrinos de 25 países.
Todos os anos, cerca de 50 mil pessoas escolhem a caminhada como meio de chegada ao principal santuário do país. 
fonte: jornal i

Congolês quer proibição de livro 'racista' de Tintim

fonte DN
Um congolês a residir na Bélgica está a tentar a proibição da venda no país do livro "Tintim no Congo", por apresentar estereótipos raciais e "levar as pessoas a pensar que os negros não evoluíram".
Segundo avança a edição de hoje da BBC Brasil, um homem de nacionalidade congolesa, que reside na Bélgica, está a tentar junto da justiça a proibição da venda do popular livro de Hergé, "Tintim no Congo".
O congolês, Bienvenu Mbutu, considera que o livro "faz as pessoas pensar que os negros não evoluíram". Em declarações ao correspondente da BBC em Bruxelas, Mbutu afirmou que está a pedir aos tribunais belgas que proíbam a venda do livro mas, se não o conseguir, diz ficar satisfeito se o vir nas prateleiras das livrarias belgas com uma advertência semelhante às usadas em Inglaterra para estes casos, adianta a BBC Brasil.
As histórias de Tintim já foram várias vezes criticadas por representarem estereótipos raciais grosseiros e há três anos, a Comissão para a Igualdade Racial da Grã-Bretanha chegou a pedir a proibição do referido livro, afirmando que o mesmo continha imagens e "palavras de preconceito racial hediondo, onde os 'nativos' africanos são retratados como macacos e falam como imbecis", informa ainda a BBC Brasil.
As edições britânicas da obra são actualmente vendidas com um selo de papel que adverte o público para conteúdos que podem ser considerados ofensivos.
A BBC Brasil relembra ainda que o próprio autor do livro, Hergé, que o escreveu na década de 20, chegou a afirmar mais tarde que o mesmo tinha sido um pecado de juventude e reflectia os preconceitos da época.

Escolas de Lisboa vão integrar fado nos seus currículos

Hoje será apresentada proposta de candidatura do fado a Património Imaterial

Até Agosto, Portugal vai apresen-tar à UNESCO a candidatura do fado a Património Imaterial da Humanidade. O projecto iniciou- -se em 2005 e hoje é já apresentado o modelo de uma primeira proposta, ainda informal, tratando-se também de "legitimar a candidatura com o apoio oficial da Câmara Municipal de Lisboa", referiu ao DN Rui Vieira Nery, membro da comissão científica desta candida-tura. A apresentação realiza-se às 15.00, na Sala de Reuniões dos Paços do Concelho de Lisboa.
"Esta proposta envolve a definição das linhas gerais do plano de salvaguarda do fado e também mostrar que o Estado e a cidade de Lisboa estão preparados para a salvaguarda do património material do fado, o que o torna em si património imaterial", revelou Rui Vieira Nery.
Desde o ano passado foram estabelecidos vários protocolos com organismos e instituições que têm na sua posse material relacionado com o fado, sendo que esses protocolos "têm em vista um compromisso de investimento na pre- servação da memória do fado", salientou o musicólogo que é também coordenador do trabalho científico.
A ideia é "convergir todos os acervos que estão na posse dessas instituições - entre as quais a RTP, Cinemateca Portuguesa, Voz do Operário, Biblioteca Nacional - numa base de dados que documenta o património cultural do fado, sendo este um processo em construção permanente", adiantou Sara Pereira, directora do Museu do Fado, membro também da comissão científica.
Uma das principais preocupações desta candidatura está relacionada com "a questão dos arquivos do fado", disse Vieira Nery, daí que estejam em vista "reedições de estudos sobre o fado, de partituras, de poesia para fado, edições sobre a iconografia deste género. Basicamento, queremos pôr cá para fora o máximo de material possível", acrescentou.
Espera-se assim que durante este ano cheguem ao mercado reedições de património fono- gráfico ligado ao fado, além de dois álbuns sobre a representação desta música nas artes plásticas e eruditas.
A comissão científica está ainda a trabalhar num programa educativo que envolve não só acções de sensibilização do fado, mas inclusivamente a integração do fado nos currículos escolares, nomeadamente nas escolas de ensino básico e secundário. Este projecto deverá ter início já no próximo ano lectivo em várias escolas de Lisboa e mais tarde estender-se a outras do País, contou ao DN Sara Pereira. O ensino superior não fica de fora, já que foi estabelecido um protocolo com o Instituto Superior Politécnico do Porto que disponibiliza aos seus alunos vários documentários sobre o fado.
A resolução final da candidatura do fado a Património Imaterial da Humanidade só será conhecida em Setembro de 2011, daí que seja "essencial" a partir de agora um intenso "trabalho diplomático". "No início do próximo ano vai começar o processo de aprovação da candidatura pela UNESCO e, portanto, tudo isso vai acabar com o voto na Assembleia Geral. Daí que o Ministério dos Negócios Estrangeiros, através dos seus contactos com as embaixadas, inicie um processo de esclarecimento e sensibilização do fado, sendo que a comissão científica vai fornecer todo o tipo de informação necessária", explicou Rui Vieira Nery.
A directora do Museu do Fado adiantou ainda que se encontra em curso a digitalização e inven-tariação dos oito mil fonogramas com gravações de fado em discos de 78 rotações (gravados em 1904 e 1945), que em tempos estiveram na posse do coleccionador inglês Bruce Bastin.(DN, Lisboa)

Ne riez pas, c'est avec notre POGNON

Nos députés Européens en plein effort ...
A DIFFUSER COPIEUSEMENT...
recebido por email

terça-feira, abril 27, 2010

SAFARI EM Africa

Um grupo de turistas foi fazer um safari em África, no qual o guia era gago.
A dada altura o guia diz:
- Hip...Hip...Hip...
E os turistas respondem:
- Hurra!
E o guia, continua:
- Hip... Hip... Hip...
E os turistas todos contentes continuam:
- Hurra!
No dia seguinte, aparece no jornal local:
"Grupo de turistas atacado de surpresa por uma manada de hipopótamos".

"stand by me"


Basta clicar aqui e assistir a uma coisa absolutamente impressionante, quer a nível técnico, quer a nível musical.Trata-se de um grupo de pessoas, que não se conhecem entre si. É aqui que entram os técnicos de som e imagem voluntários e sem remuneração que se ocuparam de captar o som de cada um dos "cantores", individualmente a nível mundial (uma vez que são actuações ao ar livre e, isso é extremamente difícil de fazer sem "ruídos exteriores"). Posto isto e remisturado, atingindo um nível de pureza musical notável, chegamos a esta maravilha musical conseguida através de alta tecnologia, e que num instante, junta as pessoas de todo o mundo, fazendo-as sentir e falar ao mesmo tempo a mesma linguagem universal... a música.

frase do dia

"Leio a Playboy pela mesma razão que leio a National Geographic:
Gosto de ver fotografias de lugares que sei que nunca irei visitar... "

Anónimo

Exploradores anunciam descoberta da Arca de Noé

por FILOMENA NAVES, DN Hoje

Exploradores evangélicos identificaram estrutura de madeira com 4800 anos, no monte Ararat
É uma velha estrutura de madeira, com compartimentos interiores dotados de barras, como se fossem jaulas. A sua localização, no monte Ararat, na Turquia (o pico mais alto em toda a região), e a sua idade - 4800 anos, verificados pelo método do carbono 14, um dos mais rigorosos que se conhece -, batem certas com uma extraordinária conclusão: aqueles poderão ser os tão procurados (e até agora nunca encontrados) restos da famosa Arca de Noé. É pelo menos essa a convicção do grupo de exploradores chineses evangélicos que fez o achado.
"Não temos cem por cento de certeza de que se trata da arca [de Noé], mas temos 99,9 por cento", declarou Yeun Wing Cheung, realizador de documentário em Hong Kong e um dos 15 elementos chineses e turcos do grupo Noah's Ark Ministries International, que empreendeu a missão.
O achado foi feito a quatro mil metros de altitude no monte Ararat, na Turquia, que é o ponto mais elevado em toda em região e que, por isso mesmo tem sido apontado por investigadores bíblicos como o local mais provável onde a arca terá tocado a terra firme, após a descida das águas diluvianas.
Os participantes na expedição excluíram a hipótese de a estrutura de madeira ser um indício de uma antiga ocupação humana, já que nunca até hoje se encontraram sinais de povoamento acima dos 3500 metros de altitude naquela zona.
A construção tem um formato em arco e no seu interior os exploradores identificaram vários compartimentos, alguns com barras de madeira, que poderiam ter abrigado animais, segundo explicou Yeun Wing Cheung. A sua datação por carbono 14 estabeleceu que tem 4800 anos, o que é compatível com a época estimada pelos especialistas para a salvadora navegação da arca.
A equipa vai fazer escavações no local, para investigar e fundamentar a sua hipótese, e as autoridades turcas locais já decidiram que vão solicitar à UNESCO a classificação do sítio como património mundial, para garantir a sua preservação durante as escavações, adiantou o realizador chinês e participante na missão.


 

a democracia na Ma(ma)deira

Como já aqui escrevi, na Madeira não se celebra o 25 de Abril. Não há democracia.
Contudo, celebram o 1º de Maio (data impossível de celebrar no tempo do Fascismo ou seja, antes do 25 de Abril) promovendo jogos de futebol, jogos de cartas, animações tipo "pão e circo" à boa maneira da Antiguidade Romana.
 Também sabem que em 20 de Fevereiro passado a Madeira foi assolada por uma intempérie. 
O 1º Ministro de Portugal veio à Madeira nesse mesmo dia à noite, esperando que o Aeroporto abrisse, inteirou-se e prometeu auxílio. 
As imagens que anexo não são montagens, são verídicas. 
Depois desta pequena explicação, porei apenas duas legendas. Podem agora compreender porque não se celebra o 25 de Abril na Ma(ma)deira.

         ANTES DO TEMPORAL
DEPOIS DO TEMPORAL

segunda-feira, abril 26, 2010

5 minutos de ternura

como eu vejo a Ilha

(ao fundo o Pico Ruivo)
 (S. Vicente e Ponta Delgada vistas dos Lamaceiros, Porto Moniz)

repelente de mosquitos caseiro

Esta receita de repelente de mosquitos conheço-a há vários anos e dá resultado. Experimentem porque está ao alcance de todos.  Eu costumava usar principalmente nas mesas de cabeceira à noite e dura enquanto o limão estiver bom.
Cravos espetados em limão afastam os mosquitos
Um repelente eficiente e barato. Posso garantir que funciona mesmo. O limão, quem diria, tão apreciado nas caipirinhas, não tem o mesmo prestígio entre os mosquitos. Aliado ao cravo, ajuda-nos a combater o Aedes Aegypt.
Repelente de mosquitos
O cravo-da-índia, espalhado por superfícies, é muito utilizado para afastar formigas. Contra mosquitos era novidade, até que experimentei e fiquei admirado com os resultados. Faça como na foto. Enterre alguns cravos em meio limão. Faça isso com 3 ou 4 limões e espalhe pela casa. Mais uma arma para afastar os mosquitos e se prevenir contra a dengue, malária e outras doenças transmitidas por mosquitos.
 
recebido por email

Estão a transformar as ilhas dos Açores num santuário para aves marinhas

Helena Geraldes/Público
 As falésias rochosas da ilha do Corvo e ilhéu de Vila Franca do Campo já não têm mais espaço para as aves marinhas que aí fazem ninho. Estes espaços são o último refúgio para várias espécies que fogem dos predadores. Autoridades regionais e ornitólogos estão a dar uma ajuda oferecendo-lhes um santuário da biodiversidade.
Outrora espalhadas pelos quatro cantos da ilha do Corvo e do ilhéu de Vila Franca, a Sul de São Miguel, as aves marinhas encontram-se hoje concentradas nas falésias e nos locais mais remotos. A destruição dos ninhos, em cavidades naturais nas rochas e no solo ou em buracos escavados na terra, por predadores como o rato, o murganho e a cabra explica a fuga de cagarros (Calonectris diomedea), estapagados (Puffinus puffinus), frulhos (Puffinus assimilis) e painhos (Oceanodroma castro).
“A sobrevivência destas aves é incompatível com predadores”, explica Pedro Geraldes, da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (Spea) e coordenador do Projecto LIFE Ilhas Santuário para as Aves Marinhas. Nos últimos anos, as populações de algumas aves têm diminuído drasticamente.
Desde 2009, a Spea, a Secretaria Regional do Ambiente e do Mar, a Câmara Municipal do Corvo e a Royal Society for the Protection of Birds estão no terreno para tentar erradicar as espécies invasoras e recuperar habitats. 
“Criámos 400 ninhos artificiais na ilha do Corvo [Reserva da Biosfera pela UNESCO] e no ilhéu de Vila Franca, próximos das falésias mas em zonas de terra, que já terão sido local de nidificação no passado”, acrescenta. A ideia é criar uma colónia artificial que atraia as aves para uma zona livre de predadores.
“Em pleno Ano Internacional da Biodiversidade, a protecção activa das populações de aves marinhas dos Açores é um factor crucial para a valorização do nosso património natural”, considerou Frederico Cardigos, director regional do Ambiente dos Açores, defendendo a necessidade de se encontrar “uma metodologia para erradicar autênticas pragas, como os ratos”.
O Livro Vermelho dos Vertebrados de Portugal classifica o estapagado como Em Perigo e o cagarro, o frulho e o painho com estatuto de Vulnerável.

O cidadão verdadeiramente livre é o que não
depende do governo nem lhe deve nada.

Vigia a tua vida e não renuncies por nada
ao teu livre-arbítrio; não imites esses maus
actores que só podem cantar no coro.
O homem é um aprendiz e a dor é a sua professora.

 
Alfred de Vigny

domingo, abril 25, 2010

Garajau-rosado com ninhos ameaçados


Está em curso no ilhéu do Feno, Açores, uma operação de erradicação de ratos e gaivotas, as principais ameaças para a espécie.
Um dos mais importantes locais de nidificação dos garajaus-rosados em Portugal, no ilhéu do Feno, na Terceira, Açores, encontra-se novamente ameaçado por roedores e gaivotas. Para preservar a área onde anualmente se instalam centenas de exemplares desta espécie em vias de extinção, está já a decorrer uma campanha de erradicação destas duas ameaças.
Os trabalhos para a eliminação dos ratos começaram esta semana, mas foram dificultados pelo mau tempo, que condicionou o acesso ao ilhéu.
Também o combate às gaivotas, que envolve a utilização de armas de fogo, está inviabilizado, uma vez que já se encontram no ilhéu cerca de 80 garajaus-rosados. Por esta razão, as acções estão limitadas à destruição dos ninhos e à recolha dos ovos das gaivotas, que são predadoras dos ovos e das crias de garajau-rosado.
Os esforços que estão a ser desenvolvidos reflectem a importância dos Açores para os garajaus-rosados, já que o arquipélago alberga metade da população total desta ave na Europa. No ano passado foi registada a nidificação de 1198 casais nos Açores, dos quais 35% na ilha das Flores. Os estudos realizados em 2009 revelaram ainda um regresso significativo desta ave ao Ilhéu do Feno, onde nidificaram 263 casais.
Também conhecido como andorinha-do-mar-rósea, o garajau-rosado deve o seu nome à tonalidade rosa no peito dos exemplares adultos, que pesam cerca de 120 gramas e têm uma envergadura de 80 centímetros. A espécie reproduz-se entre Abril e Julho e alimenta-se de pequenos peixes, como o agulhão, chicharro e peixe-agulha.fonte DN

Neandertal cruzou-se com 'Homo sapiens'


Graças à genética, a dúvida desfaz-se: os neandertais cruzaram-se mesmo com o Homo sapiens. Pode até nem ter sido na Península Ibérica, onde os últimos neandertais resistiram até há 30 mil anos, mas isso aconteceu.
Pelo menos na região do Leste do Mediterrâneo, há cerca de 60 mil anos, e no Leste da Ásia, mais recentemente, há cerca de 45 mil anos. Este é o resultado de um estudo apresentado esta semana no encontro anual da American Association of Physical Anthropologists, em Albuquerque, no Novo México, e divulgado na Nature News.
O estudo, desenvolvido por equipa da Universidade do Novo México, fez a análise genética de duas mil pessoas de vários pontos do mundo e concluiu que houve contactos entre as duas espécies, já que há assinaturas genéticas de Neandertal nos genomas modernos. "Isto significa que os neandertais não desapareceram completamente", afirmou o líder da investigação Jeffrey Long. fonte DN, Lisboa

123 novas espécies descobertas em três anos no Bornéu


WWF divulgou descobertas e apelou à sua protecção
Ao todo são 123 espécies novas descobertas em apenas três anos. Entre elas estão uma rã sem pulmões, que respira apenas através da pele, uma outra que se lança em altos voos no espaço, ou ainda uma lesma que atira setas de amor como Cupido, para injectar hormonas no parceiro a fim de aumentar as capacidades de reprodução. São apenas a ponta do icebergue de toda a riqueza e enorme diversidade biológica que caracterizam o Bornéu, a ilha tripartida entre a Indonésia, Malásia e o Brunei, no mar do Sul da China.
O anúncio das descobertas foi feito ontem pela organização ambientalista internacional WWF, que tem mantido nos últimos anos missões de investigação na ilha para ali estudar novas espécies e que aproveitou o Dia Mundial da Terra para apelar aos três países para agirem com determinação no sentido de garantirem a protecção da biodiversidade no Coração do Bornéu.
"Sabemos que é impossível para os três governos não desenvolverem na ilha actividades mineiras, florestais ou de plantação de palmeiras [para exploração do óleo de palma]" esclareceu Adam Tomasek, responsável pelo programa "Coração do Bornéu" na WWF . E sublinhou: "O que pedimos é que se estabeleça um equilíbrio entre a preservação e um desenvolvimento durável, para se proteger esta zona única para as gerações futuras."
Foi no Coração do Bornéu, uma vasta região de densas florestas com 220 mil quilómetros quadrados e que os três países acordaram em proteger em 2007, que os biólogos da WWF descobriram as novas espécies e onde continuam regularmente a fazer investigação. Ali se abrigam pelo menos 10 espécies de primatas, 350 de aves, 150 de répteis e anfíbios, além de 10 mil espécies distintas de plantas que são exclusivas daquele habitat e, portanto, únicas em todo o mundo.
"Descobrimos ali três novas espécies por mês, ao longo dos últimos três anos e pelo menos 600 desde há 15 anos", adiantou Adam Tomasek, notando que "as novas descobertas mostram a riqueza e a biodiversidade do Bornéu e permitem esperar mais novidades, algumas susceptíveis de contribuir para futuros tratamentos nas áreas do cancro ou da sida".
Uma das principais causas de desflorestação no Bornéu é a indústria do óleo de palma, e a Indonésia e a Malásia juntas são responsáveis por 85 por cento da produção mundial
.fonte DN

o discurso do PR, em 25 Abril 2010



"Quem ouve agora Cavaco Silva falar de Salgueiro Maia e até a fazer suas as palavras do grande militar de Abril até pode ficar a pensar que Cavaco Silva sempre foi um grande admirador do capitão de Santarém. Não foi, é bom que os mais novos saibam quee este mesmo PR que em pré-campanha usa Salgueiro Maia é o mesmo que quando foi primeiro-ministro recusou a Salgueiro Maia a pensão que deu a um “pide”. É uma pena que agora em vez de usar as expressões de Salgueiro Maia Cavaco não use as do “pide” a quem deu a pensão pelos seus serviços à pátria."
fonte: O Jumento 
Salgueiro Maia foi um dos melhores interpretes do 25 de Abril enquanto abrir a porta de Portugal à democracia, teve coragem quando foi necessário tê-la, restaurada à democracia voltou ao seu quartel, deu tudo quanto tinha e nada pediu em troca. Não fez discursos, não pretendeu tutelar a vontade do povo, não assinou artigos como capitão de Abril, fez o que tinha de fazer, foi o que tinha de ser.
Por ser quem foi ficou esquecido, representava a coragem que uma direita apeada do poder absoluto nunca perdoou, chegando ao ponto de um Presidente da República dessa direita o ter desprezado ao mesmo tempo que pagava os serviços prestados de um “pide”, foi mesmos promovido do que outros “revolucionários” mais vistosos e que os oficiais da direita depois de retomada a normalide. Foi esquecido por uns e perseguido por outros. Hoje todos os amamos mas quantos não o esqueceram?
Ainda hoje há quem assine artigos de jornal como “capitão de Abril”, quem decida quais os nomes dos oficiais de Abril que devem constar nas estátuas, quem cobre ao país o favor de lhe ter ajudado a conquistar a liberdade. Salgueiro Maia nunca o fez, não foi comandante de nenhuma região, não foi brigadeiro nem general, não assinou artigos de jornais, não andou nas comendas presidenciais, foi igual ao seu povo.
Não impôs ideais ao país, não deu raspanetes à democracia nem pretendeu decidir que democracia que havia de dar, mas deu um exemplo superior ao que qualquer outro deu, serviu o seu país sem pedir nada em troca porque dar a liberdade a um país é um dever e não um favor, servir o povo é dar sem esperar nada em troca.
Um exemplo que muitos dos seus companheiros de armas e uma boa parte da classe política não conseguiram ou quiseram ver. Salgueiro Maia foi melhor do que todos eles e do que todos nós. Por isso merece o reconhecimento unânime de todos, incluindo dos seus adversários, até do” presidentezinho” que temos que em tempos deu ao “pide” a pensão que recusou a Salgueiro Maia.
Este país deve muito a Salgueiro Maia, muito mais do que alguma vez lhe poderia ter dado em vida, deve-lhe a eternidade que só os heróis merecem. Por isso acho que há muito que os seus restos mortais deviam estar no Panteão Nacional e o novo aeroporto de Lisboa devia ostentar o seu nome, para que todos os que neste país abrem asas o façam porque um dia houve um Salgueiro Maia.
fonte: O Jumento

Era uma vez um País


                     
                     Era uma vez um país
                    Onde entre o mar e a guerra
                    Vivia o mais infeliz
                    Dos  povos à beira mar
Portugal viveu durante 48 anos debaixo de uma ditadura feroz imposta pelo regime que o governava com mão de ferro.
Os donos e os senhores deste País foram o grande capital e os grandes latifundiários, que oprimiram e exploraram o povo, na sua maioria inculto e a quem foram incutidos sentimentos de subserviência, medo e fatalismo.
Onde entre vinhas sobredos
Vales socalcos searas
Serras atalhos veredas
Lezírias e praias claras
Um povo se debruçava
Como um vime de tristeza
Sobre um rio onde mirava
A sua própria pobreza.
Os trabalhadores foram sempre as grandes vítimas da ganância desses senhores e objecto das perseguições policiais que investiam sobre pessoas indefesas que apenas lutavam pelos seus direitos e pela dignidade de um País amordaçado.
Era uma vez um País
Onde o pão era contado
Onde quem tinha a raiz
Tinha o fruto arrecadado
Onde quem tinha o dinheiro
Tinha o operário algemado
Onde suava o ceifeiro
Que dormia com o gado
Onde tossia o mineiro
Em Aljustrel ajustado
Onde morria primeiro
Quem nascia desgraçado.
Foram esses senhores que durante 48 anos oprimiram e mataram (ou mandaram matar…) Catarina Eufémia, Humberto Delgado, Dias Coelho, entre muitos outros, só por terem sonhado com um País mais justo, mais solidário, sem exploradores nem explorados e onde houvesse pão, paz, saúde, habitação e educação para todos.
Era uma vez um País
De tal maneira explorado
Pelos consórcios fabris
Pelo mando acumulado
Pelas ideias nazis
Pelo dinheiro estragado
Pelo dobrar da cerviz
Pelo trabalho amarrado
Que até hoje já se diz
Que nos tempos do passado
Se chamava esse País
Portugal suicidado.
Foram estes mesmos senhores que durante 13 longos anos mantiveram uma guerra colonial que ceifou e estropiou milhares e milhares de jovens, a flor de uma geração.
Ora passou-se porém
Que dentro de um povo escravo
Alguém que lhe queria bem
Um dia plantou um cravo.



Era a semente da esperança
Feita de força e vontade
Era ainda uma criança
Mas já era a liberdade.
Era já uma promessa
Era a força da razão
Do coração à cabeça
Da cabeça ao coração.
Faz agora 36 anos.
Era a tarde de 23 de Abril de 1974... Álvaro Guerra, jornalista do Jornal República, recebia em mão, num alfarrabista de Lisboa, uma folha de papel amarelo que iria mudar o rumo da história de Portugal.
Nele estava escrita a senha que ouvidos atentos de homens já cansados de uma guerra sem sentido e duma nação sem esperança, esperavam ouvir nos quartéis para então saírem para a rua, rumo à construção do País Novo.


Quem o fez era soldado
Homem novo capitão
Mas também tinha a seu lado
Muitos homens na prisão.
João Paulo Diniz, produtor e locutor do programa “Alfabeta”, às 23,55 horas “enganou-se” nas horas – esse “engano” era parte integrante da primeira senha –“Faltam cinco minutos para as 23 horas”, seguindo-se a canção de Paulo de Carvalho “E Depois do Adeus”, vencedora do Festival da canção de 1974.

Dizia soldado amigo

Meu camarada e irmão
Este povo está contigo
Nascemos do mesmo chão
Trazemos a mesma chama
Temos a mesma ração
Dormimos na mesma cama
Comendo do mesmo pão.
Camarada e meu amigo
Soldadinho ou capitão
Este povo está contigo
A malta dá-te razão.

Foi a Rádio Renascença, no programa “Limite”, que às 00,20 H, lançou para o ar a estrofe de “Grândola Vila Morena” : “Grândola Vila Morena / Terra da fraternidade / O povo é quem mais ordena / Dentro de ti, ó cidade” seguida desta canção na voz de Zeca Afonso.
Foi então que Abril abriu
As portas da claridade
E a nossa gente invadiu
A sua própria cidade.
Disse a primeira palavra
Na madrugada serena
Um poeta que cantava
O povo é quem mais ordena.


Estava dado o sinal que tudo estava a correr como previsto. A partir desta altura começava a nascer um novo País...
e tudo o que Abril abriu
ainda pouco se disse
e só nos faltava agora
que este Abril não se cumprisse.
Só nos faltava que os cães
viessem ferrar o dente
na carne dos capitães
que se arriscaram na frente.
Na frente de todos nós
povo soberano e total
que ao mesmo tempo é a voz
e o braço de Portugal.




Ouvi banqueiros fascistas
agiotas do lazer
latifundiários machistas
balofos verbos de encher
e outras coisas em istas
que não cabe dizer aqui
que aos capitães progressistas
o povo deu o poder!


E se esse poder um dia
o quiser roubar alguém
não fica na burguesia
volta à barriga da mãe!
Volta à barriga da terra
que em boa hora o pariu
agora ninguém mais cerra
as portas que Abril abriu!
 
"As portas que Abril Abriu"
José Carlos Ary dos Santos