a morada as janelas os jardins
vagueiam abandonados
De repente ficamos tão sós
que pela solidão unicamente se conta
a nossa vida
Em qualquer parte buscamos um rastro ardente
pela menor fenda pode olhar-se a fronteira
e às vezes é aterrador
esse fundo de deserto
José Tolentino de Mendonça,
A Noite Abre Meus Olhos
Uma visão poética da solidão, muito bonito!
ResponderEliminarbeijo, ótimo fim de semana
Das terras de fronteira eu vim,
ResponderEliminarDas fronteiras de meu amado e desgraçado país...
Nasci numa cidade de montes e jardins
E andar descalço eu quis...
Hahaha, eu sou do Sul do Brasil, nasci não muito longe do Paraguai e da Argentina. Aqui, chamamos quem vem de lá de 'castelhanos', pois falam esse idioma, que nós conhecemos um pouco e até misturamos ao nosso português, que só é puro quando escrito. Ouvir dizer que em Portugal também existe o 'portunhol'. Como será que é o de vós? o nosso é super engraçado!
O meu namorado é alfacinha, vive em Lisboa há décadas, embora seja nado no norte. Talvez eu vá morar com ele em breve, se a lei portuguesa mudar e passar a reconhecer os casais do mesmo sexo. Ele chama-se Fernão, e disse uma vez que na região da fronteira com a Espanha, o povo põe nos burros e cavalos a alcunha de 'espanhol'. Achei super maldoso com os espanhóis! Gente tão boa, né... brincadeira, aqui no Brasil espanhol tem fama de ser ruim... sabes como é: D'Espanha nem bons ventos e nem bons casamentos!
Hahaha, desculpa a minha maneira trocista hoje, é que o poema me faz lembrar muitas cousas.
Tu tens uma óptima escrita. Meus parabéns.