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sábado, maio 08, 2010

fronteira

Nos dragoeiros bagas que ninguém esmaga
a morada as janelas os jardins
vagueiam abandonados

De repente ficamos tão sós
que pela solidão unicamente se conta
a nossa vida

Em qualquer parte buscamos um rastro ardente
pela menor fenda pode olhar-se a fronteira
e às vezes é aterrador
esse fundo de deserto


José Tolentino de Mendonça,

A Noite Abre Meus Olhos

2 comentários:

  1. Uma visão poética da solidão, muito bonito!
    beijo, ótimo fim de semana

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  2. Das terras de fronteira eu vim,
    Das fronteiras de meu amado e desgraçado país...
    Nasci numa cidade de montes e jardins
    E andar descalço eu quis...

    Hahaha, eu sou do Sul do Brasil, nasci não muito longe do Paraguai e da Argentina. Aqui, chamamos quem vem de lá de 'castelhanos', pois falam esse idioma, que nós conhecemos um pouco e até misturamos ao nosso português, que só é puro quando escrito. Ouvir dizer que em Portugal também existe o 'portunhol'. Como será que é o de vós? o nosso é super engraçado!

    O meu namorado é alfacinha, vive em Lisboa há décadas, embora seja nado no norte. Talvez eu vá morar com ele em breve, se a lei portuguesa mudar e passar a reconhecer os casais do mesmo sexo. Ele chama-se Fernão, e disse uma vez que na região da fronteira com a Espanha, o povo põe nos burros e cavalos a alcunha de 'espanhol'. Achei super maldoso com os espanhóis! Gente tão boa, né... brincadeira, aqui no Brasil espanhol tem fama de ser ruim... sabes como é: D'Espanha nem bons ventos e nem bons casamentos!

    Hahaha, desculpa a minha maneira trocista hoje, é que o poema me faz lembrar muitas cousas.

    Tu tens uma óptima escrita. Meus parabéns.

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